quinta-feira, 26 de março de 2020

Introdução Revolução Francesa Fim das Guerras Valores Aristocráticos Militarismo



PARALELO CONSTRUÍDO PELO AUTOR DO LIVRO:

O autor do livre pega duas épocas da história humana, a primeira indo de 1789 a 1790 (Revolução Francesa - Liberdade/Igualdade e Fraternidade) e a segunda indo de 1989 a 1990 (Queda do Comunismo, fim da Guerra Fria). O autor traça um paralelo entre essas duas épocas, dizendo que em ambas as pessoas acreditavam que elas marcariam o "fim das guerras". A paz viria em difusão, pois os Países Democráticos que viriam a nascer com os ideias da Revolução Francesa (1789/1790) e com o Fim das Ditaduras Comunistas e da Guerra Fria não lutariam entre si, estabelecendo assim um época de paz.

"Esta será a última guerra." (Charles François Dumouriez - 1792)
(página 13)

Mas tudo não passou de um sonho. Nem o período de 1789/1790, tampouco o período de 1989/1990 inauguraram períodos de paz. Apenas em título de exemplo, após o Queda do Muro de Berlim em 1989, tivemos vários conflitos, com Guerras no Afeganistão, no Iraque, na Síria.

22 DE MAIO DE 1789: FIM DAS GUERRAS DE CONQUISTAS:

Governo Revolucionário Francês decretou o fim das guerras de conquistas. A partir daquele momento, os exércitos só serviriam para a auto-defesa de um país. 

VALORES ARISTOCRÁTICOS:

Havia dois valores aristocráticos:

HONRA
SERVIÇO

Esses dois valores eram exercido num palco. Esse palco era a GUERRA. Os Aristocratas colocavam esses valores honra e serviço basicamente durante as guerras dais quais participavam. E isso era necessário pois era na guerra que o aristocrata estabelecida a sua Reputação. 

"Tudo está perdido, menos a honra, e tudo foi salvo." (Código de Honra Aristocrático)
(página 125)

GUERRAS PRÉ-REVOLUÇÃO FRANCESA: 

Nessas guerras os aristocratas, como já dito acima, buscavam estabelecer a sua Reputação: "autocontrole aristocrático, de estabelecer uma reputação emulando um modelo impessoal de glória."
(página 20)

MUDANÇA DE INTENSIDADE DAS GUERRAS:

O ano de 1792 marca uma separação entre o grau de intensidade das guerras. Antes de 1792, as guerras tinham um caráter limitado. Após 1792, a coisa mudou de figura, havendo uma mudança na intensidade das guerras, para mais.

"Como resultado dessas mudanças, quando a França pegou em armas em 1792, não foi para combater algo como as guerras limitadas conhecidas das potências do Antigo Regime. O que se seguiu merece o adjetivo de 'apocalíptico'. Os conflitos de 1792 a 1815 não testemunharam nenhum grande avanço da tecnologia militar, mas a Europa mesmo assim experimentou uma transformação extraordinária no escopo e na intensidade da guerra. Os números falam por si próprios. Mais de 1/5 de todas as grandes batalhas travadas na Europa entre 1490 e 1815 ocorreram exatamente nos 25 anos depois de 1790. Antes de 1790, apenas um punhado de batalhas tinha envolvido mais de 100 mil combatentes. Em 1809, a batalha de Wagram, então a maior jamais vista na era da pólvora, envolveu 300 mil combatentes. Quatro anos mais tarde, a batalha de Leipzig mobilizou 500 mil, dos quais 150 mil foram mortos ou feridos. Durante o período napoleônico, a França sozinha contabilizou quase um milhão de mortos de guerra, possivelmente uma proporção mais alta de seus jovens do que aqueles mortos na Primeira Guerra Mundial. Na Europa inteira, o número total de vítimas pode ter chegado a 5 milhões. Em um processo se precedentes, as guerras trouxeram alterações significativas no território ou no sistema político de cada um dos Estados europeus. A luta de guerrilha deixou feridas abertas em regiões da Espanha, da Itália, da Áustria, da Suíça e da própria França. Essa, portanto, foi a primeira guerra total."
(páginas 20/21)

1792 - 1815: PRIMEIRA GUERRA TOTAL:

Primeira Guerra Total significa engajamento total e abandono de limites. Você tinha que submeter, com fins militares, sociedades inteiras. 
Outros fatores que levaram à intensificação das guerras:
▶radicalismo igualitário ❎conservadorismo hierárquico: 
O conservador inglês, Edmund Burke, inimigo da Revolução Francesa, defensor do conservadorismo hierárquico, dizia que "É contra uma doutrina armada que estamos em guerra"
(página 23)
▶nacionalismo com seu novo estágio de autoconsciência das pessoas como pertencentes a uma nação:
"Agora não é o rei quem trava guerra contra o rei, nem um exército contra outro exército, mas um povo contra outro povo." (Claus Von Clausewitz)
(página 24)

MUDANÇA NA CULTURA DA GUERRA - MEADOS DO SÉCULO XVIII E PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XIX. NASCIMENTO DO MILITARISMO:

Houve uma mudança na cultura da guerra. O autor olha menos para a ideologia e para o nacionalismo. Ele olha para a mudança implantada pelo Iluminismo, que transformou a guerra de um evento corriqueiro em algo que deveria ser encarado como uma exceção, algo à parte no curso natural da história.
Duas outras mudanças surgiram relacionada à mudança da cultura da guerra. 
- novas percepções sobre as Forças Armadas. Nasceu uma distinção clara e duradoura entre a ESFERA CIVIL e a ESFERA MILITAR. Essa distinção deu origem ao MILITARISMO.

MILITARISMO:

Pressupõe a existência de duas sociedades:

⁕ uma sociedade militar
⁕ uma sociedade civil

No militarismo, os valores da sociedade militar eram colocados sobre os valores da sociedade civil


ANOTAÇÕES EXTRAÍDAS DA LEITURA DO LIVRO "PRIMEIRA GUERRA TOTAL, A EUROPA DE NAPOLEÃO E O NASCIMENTO DOS CONFRONTOS INTERNACIONAIS COMO OS CONHECEMOS", DAVID A. BELL, EDITORA RECORD.

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