terça-feira, 14 de maio de 2019

O Comunismo é um Parasita que se alimenta de tecidos doentes



"O Comunismo é um parasita maligno que se alimenta apenas de tecidos doentes." (George Kennan, diplomata americano, 1946) - página 270

Esse foi o pensamento que resultou na Criação do Plano Marshall em 1947. Esse plano visava a recuperação econômica da Europa. 

"O Objetivo dos planejadores do Marshall era uma economia de mercado operante, mas eles estavam convencidos de que apenas a regulamentação do Estado e a colaboração entre trabalho e capital poderiam criá-la. Portanto, envolveram os sindicatos, além dos empregadores, no planejamento; se tanto o capital como o trabalho estivessem comprometidos com o crescimento e com os padrões de vida para todos, argumentavam eles, as velhas lutas de classes do passado poderiam ser superadas." (página 271)

Stalin, por sua vez, dizia que o Plano Marshall era uma coleira de cachorro que os americanos queriam impor aos países que viessem a adotar o plano. (página 277)

(Fonte: A Bandeira Vermelha, a História do Comunismo, David Priestland, Editora Leya)

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Sistemas de Pensamento Político Eric Voegelin



Grandes Sistemas de Pensamento Político, segundo Eric Voegelin:

a) Platão e Aristóteles: Marcam o fim da Polis - Cidade-Estado
b) Agostinho: Fim da Cristandade Romana
c) Tomás de Aquino: Transição da Alta Idade Média para o Renascimento
d) Hegel: Fim do Período do Estado Nacional

Eric Voegelin trás uma reflexão: houve algum grande sistema de pensamento político no período compreendido entre Agostinho e Tomás de Aquino? Seria correto classificar esse período (séculos V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII) como Idade das Trevas, idade estéril em matéria de grandes sistemas de pensamento político? Eric Voegelin diz que é errado dizer que não houve ideias políticas nesse período. 

"A Humanidade não cessa de ter ideias Políticas." (página 77)

Foi um período caracterizado pela agonia e cisão do Império Romano, que sucumbiu sob as invasões bárbaras. Mas a história não terminou em 476 d.C. Uma nova evocação precisaria surgir para substituir o Império Romano do Ocidente. Essa nova evocação foi o Império Carolíngio, cuja personalidade régia foi erigida segundo o sistema paulino das funções carismáticas. Nessa concepção, não havia distinção entre Estado e Igreja, porque clérigos e leigos representavam, respectivamente, a persona sacerdotalis (sacerdote) e a persona regalis (rei/leigo), que eram concebidos como os membros de um mesmo corpo, o Corpo de Cristo. Nesse momento, eram necessários:
a)primeiramente, superar a evocação do moribundo Império Romano do Ocidente. 
b)depois, era necessário uma nova evocação, o Império Carolíngio, com o tempo necessário para fazê-lo aceitável, convincente para o povo, representando ele, o Império Carolíngio, o destino e a vontade de Deus. 
c)por último, havia a tensão entre a ideia e a realidade. Essa tensão vai fixar a linha de evolução da realidade em direção à ideia.


Fonte: Idade Média até Tomás de Aquino. História das Ideias Políticas, Volume 2, Editora É Realizações, Coleção Filosofia Atual.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Sacrum Imperium - Império Carolíngio Ano 800 d.C Coração de Carlos Magno Imperador Sacro Império Romano



O Sacrum Imperium evoca o Corpo de Cristo (Corpo Místico) como elemento unificador e justificador de sua existência. 

Sacrum Imperium é o Império Carolíngio, é o Sacro Império Romano, que nasceu no natal do ano 800 d.C., com a Coroação de Carlos Magno.

Com a queda do Império Romano, em 476, era preciso criar uma nova entidade que congregasse em si um poder temporal e um poder espiritual. Daí a coroação de Carlos Magno no ano 800 d.C., com a criação do Sacro Império Romano (Império Carolíngio). O poder temporal era representado pelo Império Carolíngio de Carlos Magno. O poder espiritual era representado pelo Papa.

Os dois poderes, o Temporal de Carlos Magno, e o Espiritual do Papa, se amalgamaram, se uniram, de forma que não havia separação entre Igreja e Estado, pois ambos pertenciam a um mesmo corpo, o Corpo de Cristo, o Corpo Místico.

O Poder da Igreja emana de Cristo, cabeça do Corpo Místico. 
Desse Corpo Místico podemos extrair ainda seus membros, que são dois:
1)Persona Regalis (Pessoa do Rei/Leigos) 
2)Persona Sacerdotalis (Pessoa do Sacerdote/Clérigos)

Rei e Sacerdote, Leigo e Clérigo pertencem a um mesmo corpo, o Corpo de Cristo, o Corpo Místico, de forma que Estado e Igreja estavam unidos.

Fonte: Anotações extraídas da Leitura do Livro: Idade Média até Tomás de Aquino - História das Ideias Políticas, Volume II, Eric Voegelin, Editora É Realizações, Coleção Filosofia Atual.


domingo, 5 de maio de 2019

A Fome na Ucrânia Soviética 1



Anotações extraídas da leitura do Livro Terras de Sangue, A Europa entre Hitler e Stalin, Timothy Snyder, Editora Record, 2012.

"São os rebentos da primavera socialista" (página 51): Menção a uma criança faminta, que buscava a última gota de leite no seio de sua mãe já sem vida.

"O trabalho de construir o socialismo seria como erguer o oceano." (página 52)

Kulaks: Eram fazendeiros abastados, bem sucedidos, moradores da Ucrânia. Os Kulaks deveriam desaparecer como classe. A história é uma luta de classes. Os pobres lutando para derrubar os ricos. Somente dessa forma a história poderia avançar. Quem era Kulak estava sujeito ao exílio ou a ser morto. Se não fosse morto, seria exilado e usado em algum campo de Trabalhos forçados: intensa utilização para a economia soviética.

Coletivização das Terras: Quem tinha a perder com a coletivização? Seriam os agricultores que de alguma forma tinham prosperado com seu trabalho. Gulag, as prisões soviéticas de trabalhos forçados, e a Coletivização, andavam juntas (página 53).

Coletivização das Terras >> Gulag >> Camponeses livres viram escravos >> Mão-de-obra utilizada na construção de fábricas, canais e na exploração de minas >> Esse trabalho forçado resultou na modernização da URSS.

Trabalhadores das cidades eram utilizados pelo Regime Soviético para coagir os camponeses que resistiam à coletivização (página 55)

Fazenda Coletiva: O camponês, estabelecida a coletivização, já não tinha mais o direito de utilizar sua terra para seu próprio objetivo. Enquanto um agricultor livre depende de si mesmo, numa fazenda coletiva ocorre o diverso: o agricultor dependia dos líderes locais para garantir seu emprego e sua alimentação. (página 55)

Propriedade Estatal: Toda produção agrícola era declarada propriedade estatal; qualquer coleta desautorizada de alimento seria considerada roubo. O Socialismo, assim como o Capitalismo, necessitava de leis que protegessem a propriedade, nesse caso, Estatal. Era a base legal do coletivismo. 

Jovens Comunistas: Moradores das cidades, estudantes. Tiveram uma ascensão durante o regime comunista. Viam nos camponeses a figura do reacionário, que sabotaria o triunfo do comunismo (página 67)

Narrativa do Governo Soviético para rebater a evidência de que camponeses ucranianos e suas famílias estavam morrendo de fome: A resistência ao socialismo crescia à medida que seu sucesso aumentava. (página 69). O país melhorava. Imediatamente, inimigos do socialismo, aterrorizados com a iminência do sucesso socialista, buscavam sabotar o país. O problema que surgia, como a Fome, era então um sinal de que as coisas iam bem. A Fome seria um conto de fadas inventado por sabotadores do Regime Comunista. (página 69) Um camponês morrendo de fome era um sabotador a serviço das potências capitalistas, (página 69) A fome intencionalmente impingida a si mesmo e à sua família era apenas uma fachada atrás da qual havia a intenção de destruir o Socialismo. Odiavam tanto o socialismo que os esfomeados colocavam a própria vida em risco. (página 70)


"Diariamente, cerca de 40 mil pessoas esperavam por um pedaço de pão. Os que faziam fila estavam tão desesperados em guardar seus lugares que se afivelavam com cintos àqueles imediatamente à sua frente. Alguns estavam tão fracos de inanição que não conseguiam ficar em pé, sem o amparo dos outros." (página 48)




A Alma perdida de Gengis Khan



A Alma do guerreiro mongol era corporificada e materializada no SULDE (Estandarte do Espírito), que era uma lança na qual eram amarradas, à sua haste, logo abaixo da lâmina, as crinas dos melhores cavalos, dos melhores garanhões de um guerreiro.

"Sempre que montava seu acampamento, o guerreiro fincava o Estandarte do Espírito do lado de fora para proclamar sua identidade e para que este se impusesse como seu guardião perpétuo." (página 16)

"O Estandarte do Espírito sempre ficava ao ar livre, sob o Eterno Céu azul que os mongóis cultuavam." (página 16)

"Na medida em que os fios das crinas se agitavam e oscilavam na brisa praticamente constante das estepes, capturavam a energia do vento, do céu e do sol, e o estandarte canalizava essas energias para o guerreiro." (página 16)

"O flamular e o agitar das crinas ao vento incitavam seu proprietário a seguir sempre em frente, incitando-o a abandonar um lugar em busca de outro, para encontrar um pasto melhor, explorar novas oportunidades e aventuras, além de criar o próprio destino de sua vida neste mundo." (página 16)

"Enquanto estava vivo, o Estandarte de crinas carregava seu destino; na morte, ele se tornava sua alma." (página 16)

Gengis Khan tinha dois Estandartes (Sulde). O Estandarte do Espírito de Gengis Khan era a corporificação de seu espírito após a sua morte. Antes disso, ele representava a necessidade de se aventurar pelo mundo. Um para os tempos de paz, com crinas de cavalo brancas, e outro para tempos de guerra, com crinas negras. A primeira desapareceu. A de Crinas negras foi mantida num mosteiro mongol até o ano de 1937, quando desapareceu.

"Na década de 30, os capangas de Stalin executaram cerca de 30 mil mongóis em uma série de campanhas contra sua cultura e religião. As tropas destruíram um mosteiro atrás do outro, atiravam nos monges, atacaram as monjas, quebraram objetos religiosos, saquearam as bibliotecas, queimaram as escrituras e demoliram os templos. Mas a corporificação da alma de Gengis Khan havia sido salva da ação criminosa dos comunistas. Alguém a teria escondido na capital da Mongólia, Ulaanbaatar." (páginas 15/17)

No final das contas, o Sulde de crinas negras de Gengis Khan acabou sendo perdido, em meio à agitação verificada nos anos finais da década de 30 do século passado.

(Fonte: Gengis Khan e a formação do Mundo Moderno, Jack Weatherford, editora Bertrand Brasil)

sábado, 4 de maio de 2019

Ordens Militares



ORDENS MILITARES:

1) TEMPLÁRIOS: 1118, século XII

2) Cavaleiros de São João: 1080, século XI, Hospitalários.

3) Cavaleiros Teutônicos: 1190 - 1198, século XII: Camponeses de Lubeck e Bremen, diante do desemparo suportado pelos Germânicos durante o cerco à cidade de Acre, situada na Ásia, resolvem criar uma Ordem que fornecesse ajuda médica aos cruzados germânicos. Reincorporados como ordem militar em 1198, por meio de ato assinado pelo Papa Celestino.

Gênese dos Cavaleiros Teutônicos:

"O estabelecimento da Ordem Teutônica foi fruto de um desespero, não pela falta de guerreiros, mas, sim, pela falta de auxílio médico. Os exércitos cruzados que sitiavam Acre em 1190 haviam sido dizimados por doenças, pois os soldados do norte da Europa não estavam acostumados com o calor, à água ou à comida, e as condições sanitárias eram totalmente insatisfatórias. Incapazes de enterrar adequadamente os mortos, eles atiravam os corpos no fosso que os separava das muralhas, juntamente com o cascalho que usavam para cobrir o obstáculo. O cheiro dos corpos pairava sobre o acampamento como uma neblina. Tomados pela febre, muitos soldados morriam, e o imenso número de insetos que zuniam ao redor ou que pousavam, como um enxame, sobre seus corpos, apenas aumentava a agonia. As unidades médicas estavam sobrecarregadas e, além disso, os hospitalários favoreciam seus compatriotas franceses e ingleses (uma distinção difícil de ser feita, pois o Rei Ricardo possuía apenas metade da França). Os germânicos foram deixados à própria sorte. A situação era intolerável e lhes parecia que iria durar indefinidamente - o cerco não mostrava sinais de que terminaria em breve, e nenhum monarca germânico vinha do leste reivindicar melhor cuidado médico para seus homens. Consequentemente, alguns camponeses de Bremen e Lubeck decidiram fundar uma ordem médica que cuidasse dos doentes germânicos." (páginas 29/30)

(Fonte: Os Cavaleiros Teutônicos, Uma História Militar, de William Urban - Editora Madras)