sexta-feira, 27 de junho de 2025

Um Homem só pode ser homem em condições humanas Gustaw Herling Grudzinski




POLÔNIA E PAÍSES BÁLTICOS:

Polônia: Ocupação dupla e simultânea. Em 1 de setembro de 1939, a Alemanha Nazista invadiu a parte ocidental da Polônia. Em 17 de setembro de 1939, a URSS invadiu a parte oriental da Polônia

Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia): Ocupação dupla e consecutiva. Em 1940, a URSS ocupa os países bálticos. Um anos depois, em junho de 1941, com o desencadeamento da Operação Barbarossa, a Alemanha nazista invade os países bálticos. Foi uma ocupação dupla e consecutiva.

Vilnius/Vilnya/Wilno - Capital da Lituânia: Até ser ocupada pelos soviéticos em 1940, era um refúgio para os judeus, que fugiam dos nazistas e dos comunistas russos.

A URSS FACILITOU O TRABALHO PARA A ALEMANHA NAZISTA:

Em junho de 1941, o exército alemão partiu mais uma vez para o leste, conquistando a parte oriental da Polônia, a Lituânia, a Estônia e a Letônia, que já tinham sido destruídas pela URSS  nos anos de 1939/1940. Hitler, quando permitiu que a URSS se expandisse para o oeste, ocupando os países bálticos e o parte oriental da Polônia, pretendia com isso facilitar sua própria vida. A ideia era a de que ao invadir esses países por ocasião da Operação Barbarossa, em junho de 1941, já os encontraria de joelhos, destruídos, desprovidos de leis e de um poder central, de forma que a Alemanha poderia fazer o que quisesse ali (página 141)

STALIN E OS POLONESES:

Como relatado acima, os Alemães, em junho de 1941, ao invadirem os países que antes tinham sido invadidos pela URSS, os encontraria de joelhos. O domínio russo na Polônia Oriental resultou em deportações e assassinatos, como por exemplo o episódio de Katyn, no qual oficiais poloneses foram assassinados. Num primeiro momento, a ocupação soviética foi positiva para os camponeses polacos, mas as revoluções ao estilo soviético, em geral, tinham dois estágios: primeiro um aceno aos camponeses; depois, o confisco de suas terras. 
Para a URSS, a Polônia não merecia existir, pois se tratava da criação de uma classe dominante. O objetivo era a destruição da intelligentsia polonesa. Em Katyn, milhares de poloneses foram mortos. Quando a Alemanha chegou na Polônia Oriental, já encontrou o terreno aplainado pelos russos. Poderia acontecer do marido ter sido morto pelos soviéticos e sua mulher, por ser judia, ser morta pelos nazistas. 

A ALEMANHA NAZISTA INVADE A POLÔNIA ORIENTAL - OPERAÇÃO BARBAROSSA, JUNHO DE 1941:

O plano nazista para o resto da Polônia não seria diferente daquilo que já era feito na sua parte ocidental. A ordem era decapitar a intelligentsia polonesa (aquela que ainda não tinha sido decapitada quando da ocupação da URSS). Depois, os poloneses que sobrassem, seriam explorados como trabalhadores braçais. Uma raça inferior, como a polonesa, e os alemães pensavam dessa forma, não merecia uma existência política. Os judeus que viviam na Polônia do leste não eram rico e viviam como intermediários entre os camponeses polacos e os comerciantes nas cidades. 

CAÇA AOS JUDEUS:
ANTES DE EXPULSAR OS JUDEUS DO MUNDO, ERA NECESSÁRIO EXPULSÁ-LOS DO ESTADO, TIRANDO SUA CIDADANIA:

Com a invasão da Polônia e, depois de junho de 1941, da Rússia, a máquina de guerra nazista empreendeu um processo de destruição dos direitos dos judeus. Para a ideologia nazista ser consumada, seria preciso desvinculá-lo do Estado, tirando sua cidadania. Antes de serem expulsos do planeta, precisavam ser destituídos de sua cidadania, deixando de ser cidadãos. (página 140)
Havia todo um processo de privar os judeus de seus direitos. O processo de privação de direitos dos judeus começava com a expropriação de seus bens, tirando-os de suas casas, confinando-os em guetos. A personalidade jurídica do judeu era extinta, tornando-se um nada nas mãos das autoridades nazistas. Só se pode fazer o que se quer com pessoas sem Estado. A máquina nazista ia além de tirar a cidadania dos judeus: ela desumanizava os judeus, colocando-os para viver em guetos em condições degradantes e indignas. 


DEPORTAÇÕES E ASSASSINATOS EM MASSA CRIARAM OPORTUNIDADES PARA OS VIVOS:

Deportações e assassinatos em massa criaram oportunidades para aqueles que não eram os alvos dessas atrocidades. Terras agricultáveis, negócios e casas, da noite para o dia, ficavam sem donos. (página 152)

UCRANIANOS:

Com a Operação Barbarossa, ucranianos nacionalistas viram nos alemães uma oportunidade de se libertar da URSS e da Polônia, criando em seguida um Estado Ucraniano (páginas 159/162) O sonho ucraniano não iria durar muito, pois a Alemanha Nazista não tinha intenção de criar um Estado Nacional Ucraniano. 

JUDEUS QUE SONHAVAM COM A AJUDA DA ALEMANHA NAZISTA:

Os ucranianos sonharam com a ajuda alemã na criação de um estado nacional ucraniano. Não aconteceu. Um grupo de judeus também sonhou com a ajuda nazista para criar um estado nacional judeu na Palestina. O judeu Lehi (Avraham Stern) chegou à conclusão de que os britânicos não moveriam uma palha sequer para estabelecer um Estado Judeu na Palestina. E somente o terrorismo judeu na Palestina não seria suficiente para abalar o domínio britânico na região. Os judeus teriam que contar com ajuda externa. Avraham Stern pensou em pedir ajuda à Alemanha Nazista.
Havia ainda um outro grupo de judeus, sob o comando de Jabotinsky, que tinha um caminho diferente para obter um Estado Nacional Judeu na Palestina. A ideia dele era unir forças com a Grã-Bretanha na luta desta contra a Alemanha. Vencidos os alemães, o Britânicos veriam-se em dívida com os judeus e, em razão disso, ajudariam na criação de um Estado Judeu na Palestina.



FONTE: ANOTAÇÕES EXTRAÍDAS DA LEITURA DO LIVRO "TERRA NEGRA", O HOLOCAUSTO COMO HISTÓRIA E ADVERTÊNCIA, TIMOTHY SNYDER, EDITORA COMPANHIA DAS LETRAS.

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