quarta-feira, 18 de março de 2020

A Rápida Expansão do Islamismo no Século VII d.C. Colaboração de Judeus e Cristãos



FATORES QUE EXPLICAM O RÁPIDO AVANÇO DO ISLÃ:

- Colapso do Império Persa, que estava exaurido pelas guerras contra Constantinopla
- Maomé tinha o apoio das elites de Meca
- A expansão do Islã combinava o ganho material (butim, pilhagens) com o proselitismo religioso
- Num primeiro momento, aceitação por parte dos cristãos e dos judeus que viviam nas áreas conquistadas pelos islãmicos
- Proselitismo: Em Bucara (Buckara), no atual Usbequistão, durante o século VIII, o governante local, objetivando trazer pessoas para o islã, anunciou que todos aqueles que comparecessem à oração de Sexta-Feira receberiam uma soma em dinheiro. Era um incentivo que atraia as pessoas para uma nova religião, o Islã.

O Islã, no início de sua expansão, tinha relações pacíficas com judeus e com cristãos. Nada parecido com o que acontece atualmente. Os islâmicos buscavam estabelecer uma relação de concórdia com os cristãos.

"Os esforços para uma concórdia com os cristãos eram complementados por uma política de proteção e respeito pelos Povos do Livro - ou seja, judeus e cristãos. O Corão deixa claro que os primeiros muçulmanos viam a si mesmos não como rivais daquelas duas fés, mas como herdeiros da mesma tradição: as revelações de Maomé haviam sido previamente reveladas a Abraão e Ismael, a Isaac e Jacó e às tribos. Deus também havia confiado as mesmas mensagens a Moisés e Jesus. 'Não discriminamos nenhum deles', diz o Corão. Em outras palavras, os profetas do judaísmo e do cristianismo eram os mesmos do islã."
("O CORAÇÃO DO MUNDO", Uma Nova História Universal a partir da Rota da Seda: O Encontro do Oriente com o Ocidente, Peter Frankopan, Editora Crítica, página 106)

Os Judeus viam nos árabes muçulmanos uma chance para obter a liberdade do domínio romano (Constantinopla). 

"Na verdade, o relacionamento entre o islã e o judaísmo era ainda mais notável por sua mútua compatibilidade. O apoio dos Judeus no Oriente Médio foi vital para a propagação e a difusão da palavra de Maomé."
("O CORAÇÃO DO MUNDO", Uma Nova História Universal a partir da Rota da Seda: O Encontro do Oriente com o Ocidente, Peter Frankopan, Editora Crítica, página 101)

"Quando Maomé foi encurralado em Yathrib, no sul da Árabia na década de 620, solicitar a ajuda dos judeus foi uma de suas principais estratégias. Era uma cidade - e uma região - impregnada de judaísmo e de história judaica. Apenas um século antes, um judeu fanático, governante de Himyar, havia comandado uma sistemática perseguição à minoria cristã, o que cristalizou um amplo padrão de alianças que ainda resistia firmemente: a Pérsia passara a apoiar os habitantes da cidade contra a aliança de Roma e Etiópia. Maomé estava ansioso pela conciliação com os judeus do sul da Árabia - e começou pelos mais velhos de Yathrib. Judeus importantes da cidade, mais tarde nomeada Medina, comprometeram-se a apoiar Maomé em troca de garantias de defesa mútua. Estas foram registradas num documento formal que declarava que sua fé e suas posses seriam respeitadas agora e no futuro pelos muçulmanos."
("O CORAÇÃO DO MUNDO", Uma Nova História Universal a partir da Rota da Seda: O Encontro do Oriente com o Ocidente, Peter Frankopan, Editora Crítica, página 102)


Os cristãos, por sua vez, sentiam-se incomodados com o Imperador de Constantinopla, Heráclio, que queria impor o cristianismo de Constantinopla a eles. Os cristãos não eram um todo unido. Havia muitas discussões doutrinárias que criavam tipos diferentes de cristianismo. O Cristianismo de Constantinopla era um. O Cristianismo oriental (Palestina, Síria, Pérsia, etc) era outro. Como exemplo podemos citar a celeuma a natureza de Jesus Cristo. Jesus Cristo era somente humano ou era humano e divino? O Islã teve a sorte de pegar uma comunidade cristã desunida.


Anotações extraídas da leitura do Livro "O CORAÇÃO DO MUNDO", Uma Nova História Universal a partir da Rota da Seda: O Encontro do Oriente com o Ocidente, Peter Frankopan, Editora Crítica, páginas 101/123)

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