quinta-feira, 19 de março de 2020

Período Pós-Napoleônico Independência Grega Revolução de Julho de 1930 na França Classe Média



IMPÉRIO OTOMANO E A INDEPENDÊNCIA GREGA

No decorrer do Século XIX o Império Otomano foi se tornando mais descentralizado. Istambul, a capital do Império, tinha cada vez mais dificuldade em impor a sua autoridade. Como consequência dessa dificuldade, Istambul nomeava líderes locais para administrar uma determinada região do Império.Um desses líderes locais, que nos interessa nessa momento, era o Paxá de Tepelene, um albanês de origem ao qual cabia administrar o que seria a Grécia atualmente, acrescida da Albânia e da Macedônia. 
O Paxá de Tepelene extrapolava as suas prerrogativas, cobrando impostos por sua conta, governando por meio de extorsão e violência. Isto levou o Sultão Mamude II a intervir  para limitar a autonomia de Tepelene. Em 1820 são enviados 20 mil soldados que cercam o quartel-general de Tepelene, que por sua vez foi buscar aliados na Sociedade de Amigos , uma organização fundada em 1814 por mercadores gregos, que visava a libertação da Grécia do domínio otomano.
O presidente dessa Sociedade de Amigos era Alexander Ypsilantis. Ypsilantis era um oficial do exército russo. Com uma soma em dinheiro arrecadada pela Sociedade de Ammigos, Ypsilantis organizou uma força armada que invadiu os principados danubianos da Valáquia (atula Romênia) e da Moldávia. O objetivo de Ypsilantis era, com essa invasão, desencadear algo maior, isto é, uma guerra entre o Império Russo e o Império Otomano, na esteira da qual a Grécia obteria a sua tão sonhada independência.
A iniciativa de Ypsilantis fracassou, pois Alexandre I, o Czar da Rússia, não veio em seu apoio. Manteve-se fora dos principados danubianos, que pertenciam ao Império Otomano. Vendo-se abandonado, Ypsilantis fugiu para a Áustria, mas sua ação serviu para desencadear uma rebelião no Peloponeso (atual Grécia). A revolta acabou se espalhando entre os habitantes das ilhas no Mar Egeu. 
Abril de 1821: 15 mil dos 40 mil turcos que habitavam o Peloponeso haviam sido mortos pelos rebeldes gregos.
Janeiro de 1822: Uma declaração de uma autodenominada Assembleia Nacional grega proclamou que a Grécia tinha se libertado do Império Otomano. Gregos matavam mulheres e crianças muçulmanas. A reação do Império Otomano não foi menos cruel: o Patriarca Ortodoxo que residia em Istambul foi enforcado; gregos habitantes da ilha de Quios foram massacrados pelos Otomanos. Entre 25 a 30 mil cristãos foram mortos. 
A opinião pública ocidental ficou ao lado dos gregos. Mas isso não deteu a fúria dos Otomanos, que enviaram um forte contingente de tropas egípcias, fornecidas pelo seu vassalo nominal Muhammad Ali, que receberia como pagamento a Síria, que seria acrescentada ao Egito.
O avanço das tropas egípcias deixou atrás de si um rastro de sangue. Sangue cristão. Lembrem-se que, no início da crise, com Ypsilantis invadindo os principados danubianos, os russos, sob Alexandre I, um dos fiadores da Santa Aliança, não intervieram, pois os principados danubianos pertenciam ao Império Otomano e Alexandre I tinha se comprometido em manter o status quo europeu. Mais isso mudou após a sua morte e com a ascensão ao Trono russo de Nicolau I. Nicolau I não se via manietado pelos acordos assinados por Alexandre I.
1826: Em Istambul eclode um distúrbio entre os Janízaros e o Sultão. Ao tomar conhecimento dessa crise em Istambul, a Rússia pede que os turcos se retirem dos Principados do Danúbio. Simultaneamente a isso, Rússia, Grã-Bretanha e França se unem e resolver exigir um armísticio entre o Império Otomano e a Grécia.
1827: Batalha de Navarino. Frota comandada pelo vice-almirante inglês Sir Edward Codrington destrói a frota naval otomana. Mesmo após essa derrota, o sultão otomano continuou perseguindo os gregos e não retirou suas tropas dos principados danubianos. Em resposta à intransigência otomana, a Rússia declara guerra ao Império Otomano. Em 1829, o exército russo está nas portas de Istambul. 
1830: Realização de uma Conferência em Londres, onde ficou acertado a criação de um pequeno Estado Grego independente, que seria administrado por meio de uma Monarquia Constitucional. Em 1832, Grã-Bretanha, França e Rússia impõem o príncipe Bávaro Otto Von Wittelsbach como rei grego. Os principados danubianos passariam a ter uma ingerência vinda da Rússia. Ao mesmo tempo, a Rússia se comprometeu a respeitar a integridade territorial dos otomanos nos Balcãs.

A REVOLUÇÃO DE JULHO DE 1830 NA FRANÇA:

Uma revolução derruba o Rei Carlos X. Em seu lugar assume seu primo, Luís Filipe. 
Carlos X não entrava em acordo com os liberais franceses. Para ganhar apoio popular, Carlos X embarcou numa conquista colonial no norte da África, na Argélia. Carlos X emulava Napoleão: conquistas militares no exterior para ganhar apoio em casa. 
Quando a notícia da expedição colonial francesa chegou a Paris, Carlos X aproveitou para tornar seu regime mais reacionário, adotando a censura estrita, fechando a Assembleia e restringindo o número de pessoas que podiam votar: somente os 25% mais ricos poderiam votar. Com esse eleitorado restrito, convocou novas eleições. Mas o público reagiu. Impressores prejudicados pela nova lei de imprensa, estudantes, veteranos do exército de Napoleão e trabalhadores revoltados com 3 anos de preços altos (pão, cereais, colheiras ruins), foram às ruas protestar. Carlos X colocou tropas nas ruas, mas a revolta já não era um motim, era uma Revolução. O povo nas ruas se protegia atrás de barricadas. Soldados do regime se viam cercados nas ruas, sendo alvejados do alto dos prédios com todos os tipos de objetos numa guerra de penicos. Desmoralizados e em menor número, cercados, guardas do governo começaram a debandar para o lado dos revolucionários. Já sem sustentação militar, Carlos X foi obrigado a abdicar do Trono francês. No lugar de Carlos X, assumiu seu primo, Luís Filipe de Orleães, que havia adquirido uma reputação de liberal, por causa de seu pai, cujas simpatias pela Revolução Francesa de 1789 lhe valerá o apelido de Philippe Égalité. Com a queda de Carlos X, o velho ramo da Casa dos Bourbons deixou de reinar.  
Resultado da Revolução de 1830 em Paris:
- abolição da censura.
- o catolicismo deixou de ser a religião oficial do Estado para ser a religião da maioria dos franceses.
- as exigências para uma pessoa ser eleitora e elegível para um cargo foram afrouxadas, mas mesmo assim só 5% da população masculina adulta podia votar
- remoção da parte do preâmbulo onde constava que a Soberania residia apenas no Monarca
- o rei não podia mais suspender ou bloquear leis.
- Luís Filipe adotou a bandeira tricolor da Revolução Francesa.
- Luís Filipe era agora o REI DOS FRANCESES e não LUÍS XIX ou Filipe VII, Rei de França. 
- a Monarquia sob Luís Filipe havia mudado, tentando emular a Monarquia Constitucional Inglesa

REVOLTAS APÓS A REVOLUÇÃO DE JULHO NA FRANÇA:

- Problemas causados pela Revolução Industrial afetavam o novo regime:

Exemplo: Em Lyon eclodiu uma revolta do tecelões contra as mudanças econômicas acarretadas pela introdução do Tear de Jacquard
O prefeito de Lyon tentou atenuar a crise, estabelecendo um preço mínimo para a produção vinda dos tecelões. Acabou demitido. Sucedeu-se uma revolta na cidade, que resultou em mortos e feridos. O governo central teve que intervir para restaurar a ordem. 
Três anos depois, outra revolta eclodiu, novamente com os tecelões não aceitando a redução de seus ganhos. O governo novamente teve que agir, ocupando a cidade e prendendo os revoltosos. 
A instabilidade marcou o reinado de Luís Filipe. Foi alvo de vários atentados contra a sua vida. Os republicanos franceses tramavam contra ele. 
Luís Napoleão Bonaparte, o sobrinho de Napoleão Bonaparte, tentou dar dois golpes no regime, ambos fracassados (1835 e 1840).
A Revolução de Julho durou 17 anos. Mas os conflitos entre republicanos, orleanistas, bonapartistas e legitimistas continuavam a lutar entre si pelo direito de governar a França.

REPERCUSSÕES DA REVOLUÇÃO DE JULHO NA FRANÇA NO RESTO DA EUROPA:

As grandes potências reconheciam Luís Filipe, mesmo diante da violação do sagrado princípio da LEGITIMIDADE MONÁRQUICA, pelo qual a luta contra Napoleão Bonaparte foi empreendida (entre outros motivos). Era um fato consumado. Mas havia medo que o exemplo francês se alastrasse pelo resto da Europa, encontrando receptividade entre pessoas (liberais instruídos) que tinham sido influenciadas pelas ideias da Revolução Francesa, como o constitucionalismo e a autodeterminação nacional.

BÉLGICA:

25 de agosto de 1830: Bruxelas. Após a apresentação de uma Ópera, seu público sai à rua, entusiasmada com a música AMOUR SACRÉ DE LA PATRIE (Amor Sagrado da Pátria). Isso foi apenas o estopim que levou multidões às ruas, compostas de artesão descontentes, etc. Mais uma criação do Congresso de Viena ameaça ruim. A União do Reino dos Países Baixos com o antigo território austríaco no sul (onde ficava Bruxelas), na forma de um Estado-Tampão para conter qualquer nova aventura expansionista francesa, estava com os seus dias contados. 
Guilherme I era o Rei dos Países Baixos. Ele queria tornar o seu Estado coerente e uniforme, de forma que empreendeu discriminação contra os católicos, que eram maioria em Bruxelas e noutras partes. Obrigava-os a pagarem mais impostos. 
Em 1815, durante o Congresso de Viena, quando o mapa da Europa era redesenhado pelos Políticos, ninguém perguntou para os habitantes de Bruxelas se elas queriam ser governadas pela Holanda. Uma união imposta de cima para baixo não poderia perdurar. E não perdurou. A revolta propagou-se  para Antuérpia. Guilherme I ordenou o bombardeamento da cidade. Cidadãos de Antuérpia, alguns deles protestantes e flamengos, indignados com o bombardeamento, acabaram aderindo à causa de Bruxelas. 
4 de Outubro de 1930: Declaração de Independência Belga. As grandes potências reagem. A Rússia, que era a garantidora da ordem europeia, mobilizou tropas e fez declarações ameaçadoras endereçadas aos belgas. A França, por sua vez, seguiria a Grã-Bretanha.
Uma Conferência em novembro de 1830, em Londres, resolveu a questão belga. Foi escolhido um príncipe alemão para ser o rei da Bélgica, Leopoldo de Saxe-Coburgo-Gota. Leopoldo passou parte de sua vida como oficial do exército russo. Chegou, nessa posição, a enfrentar as forças napoleônicas em 1813. Ele ainda era casado com a filha legítima e única do príncipe regente inglês, Princesa Carlota, numa aliança que lhe conferiu a cidadania britânica e o pertencimento à família real inglesa, com o título de Alteza Real. Era sem dúvida uma pessoa bem relacionada. Carlota morreu em 1817. Em 1831, Leopoldo tornou-se Rei da Bélgica. Na sequência, ele se casaria com Luísa Maria, filha do Rei Francês Luís Filipe. Foi um casamento arranjado, com o objetivo de tranquilizar os franceses, que sempre desejaram anexar a Bélgica ao seu território. 
A Holanda só resolveria suas pendências com a Bélgica somente em 1839. Nesse meio tempo, a Holanda invadiu a Bélgica, sendo obrigada a sair dali pela intervenção dos ingleses pelo mar e pelos franceses por terra.

PORTUGAL:

Havia uma disputa pelo trono português, protagonizada pelos irmãos Miguel e Pedro I, Imperador do Brasil
Com a morte do rei português D. João VI, Pedro I e Miguel deram início a uma disputa pelo trono português. Do lado de Miguel se alinhavam os conservadores britânicos e o partido português absolutista dos nobres proprietários de terras, que estavam descontentes com a Constituição Liberal de 1822 e com a conservação das leis introduzidas por Napoleão no ano de 1800. Os seguidores de Miguel foram denominados Miguelistas. Miguel conseguiu sufocar uma rebelião liberal, A isso seguiu-se um reino de Terror.
No entanto, em 1831, no rescaldo da revolução de julho na França (1830), D. Pedro I entregou ao seu filho (que se tornaria Pedro II) o trono do Brasil e, com apoio francês e inglês, capturou a cidade do Porto, em Portugal. Porto foi sitiada pelos Miguelistas por mais de um ano. A guerra que se seguiu resultou na queda de Miguel e na ascensão da filha de Pedro, Maria da Glória, ao trono português, com o título de D. Maria II.
A Constituição Liberal de 1822 foi restaurada.

ESPANHA:

Em 1833 morreu o rei Fernando VII. Sua filha, ainda criança, ascende ao trono espanhol como Isabel II. Liberais espanhóis se aproveitam do momento de debilidade do governo e forçam a introdução de uma Constituição liberal moderada em 1834. Em 1837, fruto de novas agitações, é elaborada  uma nova Constituição baseada na Soberania Popular, ainda que com restrições impostas pela reserva de amplos poderes à Coroa.

ITÁLIA:

Ainda no rescaldo da Revolução de Julho ocorrida na França, em 1830, italianos (os carbonari) ergueram-se contra o domínio austríaco no norte da Itália e contra o domínio Papal no centro da Itália. Mas a desunião reinante entre os rebeldes e a intervenção austríaca acabaram com a rebelião.

ALEMANHA:

Em Aachen, no extremo oeste da Confederação Germânica(Aix La Chapelle), onde hoje é a Alemanha, moradores locais usavam a roseta tricolor francesa em homenagem aos revolucionários franceses de Julho de 1830.
Na Alemanha havia descontentamento com os governos. Em Leipzig (Saxônia alemã) saiam às ruas mas não sabiam para onde canalizar essa energia, para exigir alguma mudança específica. Os governos alemães conseguiram conter as revoluções. Metternich convocou a Dieta (Confederação Germânica) para aprovar leis que reforçavam a censura, proibiam manifestações, baniam partidos políticos, etc. Áustria, Prússia e Rússia ainda acertaram entre si medidas para combater os movimentos subversivos.
Todavia, em alguns Estados Alemães, foram adotadas algumas melhorias por meio de reformas liberais.

SUÍÇA:

Confederação dos Cantões Autônomos. Com a invasão de Napoleão, nasceu na Suíça um sentimento de identidade comum, divorciada do Sacro Império Romano Germânico. A independência da Suíça foi acordada durante as negociações que deram origem ao Congresso de Viena.

GRÃ-BRETANHA:

Depois de Waterloo, houve agitações e motins. Posteriormente, crescimento econômico e leis repressivas pacificaram a sociedade inglesa. As Seis Leis repressivas baniram a reunião de manifestantes, censuraram a imprensa e suspenderam o Habeas Corpus.
Uma reforma adotada na Grã-Bretanha acalmou o povo e os liberais. Foi aumentado o número de pessoas que agora podiam votar.
Classe Média:

"Os debates sobre a ampliação do direito de voto deram origem a um novo conceito: as classes médias, como disse Earl Grey, o primeiro ministro, fizeram avanços maravilhosos na propriedade e na inteligência e que foram a verdadeira e eficiente massa de opinião pública, sem as quais o poder dos aristocratas não existe."
(página 126)

ARTESÃOS E SEU PAPEL NA REVOLUÇÃO DE 1830:

Os artesãos descontentes desempenharam um papel importante nas revoltas de 1830. Em Manchester operários protestavam contra a diminuição dos salários, em razão da diminuição do crescimento econômico. Agricultores eram dispensados pela adoção da máquina de debulha. Desempregados, esses agricultores destruíram máquinas e incendiaram celeiros.

A MUDANÇA DA POLÍTICA:

"O meu pensamento mais secreto é que a Velha Europa está perto do fim. Determinado a ir ao fundo com ela, saberei como cumprir com o meu dever."
(Metternich, 1829)

Governar o povo tornara-se difícil. O povo reivindicava direitos. Não aceitava mais passivamente o que lhe era imposto de cima para baixo.

"Nos anos 20 do século XIX, a Câmara de Comércio de Turim resumiu a mudança dizendo que a Revolução Francesa provocara uma confusão total entre as diferentes classes da sociedade. Toda a gente se veste da mesma maneira; os nobres não se distinguem dos plebeus; o mercador não se distingue do Magistrado; o proprietário não se distingue do artesão; o senhor não se distingue do criado, pelo menos na aparência. O princípio que criou as Revoluções continua infelizmente a existir. O gênio saíra da garrafa e era impossível voltar a pô-lo lá dentro."
(página 127)

Diante desse novo cenário, era necessário criar um novo Conservadorismo. Mesmo assim, havia radicais que pensavam que a religião, a emoção, os instintos humanos, a tradição, a moral e o sentido histórico consciente do passado deviam substituir o racionalismo iluminista como base da ordem social e política.
Nesse sentido, pensadores da época diziam que a estabilidade social só seria alcançada se as pessoas entendessem que a Monarquia era um poder absoluto obtido por meio de Deus.

"O primeiro servidor da Coroa deve ser o Carrasco."
(Joseph de Maistre - 1753/1821)
(página 127)

"A razão era a inimiga. Só se podia confiar na fé e no sentimento."
(página 128)

"Quando a Monarquia e o cristianismo são atacados, a sociedade regressa à selvageria."
(Louis de Bonald, 1754/1840)
(página 128)

A civilização, para se ver livre das revoluções, uma preocupação recorrente dos governos durante o século XIX, deveria se ver livre do pensamento.

"Para que não haja abusos da imprensa, nada deve ser publicado nos próximos anos. Ponto final. Se esse princípio fosse aplicado como regra obrigatória, em breve voltaríamos a Deus e à Verdade." (Friedrich  Gentz)
(página 128)

Fazendo frente ao novo conservadorismo, havia o Romantismo. Romantismo "é o eco do disparo do canhão de 1789." (August Jal)
(Página 128)

O Romantismo do século XIX era a manifestação da luta pela liberdade representada em quadros, poesias e música. Segundo Vitor Hugo, o romantismo seria o liberalismo na literatura.
O liberalismo era aquele da primeira fase moderada da Revolução Francesa: soberania popular, governo representativo, liberdade e governo constitucional.
Mas a partir dos anos 20 do século XIX, o liberalismo ganhou uma nova cor, representada pelo nacionalismo.
Esse nacionalismo que agora vivia unido ao liberalismo foi obra de Napoleão Bonaparte, ao difundir, simultaneamente, a ideia da Soberania Popular com a política repressiva (e governo exercido por estrangeiros) e extorsiva nos territórios ocupados pelos franceses, criou ali, nas mentes educadas, a ideia de que a liberdade, a luta contra a opressão só poderia ser alcançada por meio da autodeterminação nacional
Até 1830, o liberalismo era um movimento internacional, conectando-se por meio de Maçons e carbonários. Depois de 1830, porém, os movimentos nacionalistas começaram a percorrer rotas diferentes.
A independência Grega, as revoluções de 1830, a independência da Bélgica: eram ecos da Revolução Francesa de 1789, mas havia diferenças:

Semelhanças:
-mais direitos e liberdades: classes educadas e profissionais.
-pão e trabalho: preocupação dos artesãos e trabalhadores
Diferenças:
A relação entre essas forças estava alterada. O Terror Jacobino de 1793/1794 era um fantasma que ainda amedrontava as pessoas e ainda inspirava ações radicais na atualidade - meios da população para articularem suas reivindicações: comícios ao ar livre, motins e criação da barricadas para obstar o avanço da polícia e do exército.
O medo do Terror Jacobino afastou a classe burguesa da violência da população. Na maioria dos lugares isto enfraqueceu as revolução. O resultado foi que o princípio da Monarquia manteve-se intacto. Aquilo que foi destruído, com exceção dos Impérios da Europa Central e do Leste, foi o absolutismo.

FORÇAS POR DETRÁS DAS REVOLUÇÕES DE 1830:

Oficiais das forças armadas. Era mais um legado de Napoleão. Era mais um ator social participando da vida política. Os oficiais foram politizados pelas Guerras Napoleônicas e, por se verem colocados de escanteio pelas Restaurações Monárquicas de 1815, acabaram fomentando grupos conspiratórios e revolucionários.

FORÇAS AUSENTES:

O Campesinato não participou da revoluções de 1830, mesmo sendo em maior número.


ANOTAÇÕES EXTRAÍDAS DA LEITURA DO LIVRO "A LUTA PELO PODER, EUROPA 1815-1914", RICHARD J. EVANS, EDITORIA EDIÇÕES 70.

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