sábado, 28 de março de 2020

Fim do Reinado de Henrique VIII Funeral Ascensão de Eduardo Corte Movediça Chance para a Igreja Católica retomar a Inglaterra



MORTE DE HENRIQUE VIII AOS 55 ANOS DE IDADE:

Henrique VIII (dinastia Tudor), filho de Henrique VII e de Isabel de York, morreu em 28 de janeiro de 1547.

"Henrique VIII - 'pela graça de Deus, Rei de Inglaterra de da França e Lorde da Irlanda, Defensor da Fé e da Igreja de Inglaterra...Supremo Chefe na terra' - deixou finalmente a sua vida longa e turbulenta, sozinho e sem amigos, por volta das duas horas da manhã de sexta-feira, 28 de janeiro de 1547."
(página 13)

Ao lado da cama de Henrique VIII, encontrava-se o Arcebispo de Cantuária, Thomas Cranmer. Havia ainda no quarto outros membros do Conselho Privado de Henrique: Thomas Wriothesley (Lorde Chanceler), Sir William Paget (secretário-mor do rei), Sir William Paulet (tesoureiro-mor da Casa Real). Estavam ali também Sir William Herbert e Sir Anthony Denny (fidalgos-mor da Câmara Privada).

"Estes dignatários pomposos tinham todos sobrevivido a uma existência precária na corte de Henrique, sempre sob a ameaça de seu temperamento errático e do seu ego hipertrofiado. O receio de cair subitamente em desgraça junto ao rei impregnava cada canto dos muitos magníficos palácios e casas reais como uma doença contagiosa invisível. Num dado momento, podiam talvez estar a subir nas graças do rei; no instante seguinte, ser presos pelo capitão da guarda, acompanhados por uma coluna de alabardeiros, falsamente acusados de traição ou heresia. A vida ou a morte, a pobreza ou a riqueza, podiam estar suspensas pelos caprichos irascíveis de um rei simultaneamente agastado pela dor e frustrado com a imobilidade e limitações impostas pela velhice e pelas diversas maleitas, ou pelos resultados das conspirações tortuosas, congeminadas pelas facções político-religiosas da sua corte, no meio das suas próprias lutas por poder e influência"
(página 14)

A Corte era um lugar movediço. Por mais que eventualmente você fizesse um grande serviço ao rei, isso não iria lhe conferir segurança total. Você poderia encontrar ingratidão e pessoas que lhe desejavam o pior, sem que você tenha desejado o mesmo para elas.
Ao saber da morte de Henrique VIII, assim o Papa (Bispo de Roma, líder da Igreja Católica) teria se pronunciado:

"O Papa tem notícias de França que confirmam a morte do rei de Inglaterra e dá-lhes grande importância, considerando que não se pode deixar escapar esta oportunidade de voltar a dominar o país" (Juan de Vega, embaixador espanhol em Roma, numa carta diplomática confidencial para o Imperador Carlos V, em 19/02/1547)
(página 13)

Nos seus últimos meses de vida, Henrique VIII foi poucas vezes visto em público. Estava obeso e inchado.
Henrique VIII governou de forma Absoluta por 37 anos, nove meses e cinco dias.

28/29/01/1547: HERDEIRO EDUARDO, de 9 anos, FILHO DE HENRIQUE VIII COM JANE SEYMOUR:

O tio de Eduardo, Edward Seymour, era o Conde de Hertford. Ao saber da morte de Henrique, ele foi se encontrar com Eduardo, para lhe dar a notícia da Morte de seu pai Henrique VIII.
Por segurança, as estradas para Londres passaram a ser vigiadas por soldados e os portos ingleses foram fechados, para isolar a Inglaterra do resto da Europa.

A MORTE DE HENRIQUE VIII FOI MANTIDA EM SEGREDO POR TRÊS DIAS:

A Corte nada dizia. Era preciso manter a aparência de normalidade. Depois disso, Eduardo foi finalmente proclamado rei, entre uma saraivada de tiros de canhão disparados de navios ancorados no Rio Tâmisa. Só nesse dia a morte de Henrique foi divulgada. Proclama-se um novo rei e divulga-se a morte do rei anterior. O testamento de Henrique foi lido no Parlamento, que depois foi dissolvido.

FUNERAL DE HENRIQUE VIII:

"A primeira prioridade foi estabilizar o corpo de Henrique, entretanto apodrecido pelo sangue e pus das pernas ulceradas, o que foi feito purificando, lavando, desentranhando, cauterizando, embalsamando, adornando e tratando com espécies. Paulet pediu ao fidalgo boticário da Casa Real, Thomas Alsop, que fornecesse unguentos - entre os quais, cravinho, óleo de bálsamo, estopa, mirra e nigela e almíscar de cheiro adocicado -, em pó e divididos em sete lotes para os cirurgiões usarem no embalsamento, ou guardados em dez sacos para por no caixão."
(página 17)


ANOTAÇÕES EXTRAÍDA DO LIVRO "OS ÚLTIMOS DIAS DE HENRIQUE VIII, CONSPIRAÇÕES, TRAIÇÕES E HERESIAS NA CORTE DO REI TIRANO", ROBERT HUTCHINSON, EDITORA CASA DAS LETRAS, Prólogo, páginas 13/18

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