segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

A Igreja Católica e o Sacro Império Romano




BATISMO DE CLÓVIS, SENHOR DOS FRANCOS:

Tudo começou quando Clóvis, senhor dos Francos, foi batizado no ano de 498 (século V). Sua conversão ao catolicismo não era um mero formalismo, pois continha nele situações de ordem prática. Ela permitiu uma maior coesão em sua sociedade política, unindo francos e galos-romanos. 

A aproximação com a Igreja Católica conferia estabilidade à entidade política. Era mais um fator de legitimação do poder do governante. 

UM PASSO ALÉM: SER UNGIDO PELO PAPA:

Pepino, o Breve (741-768), novo senhor dos Francos, foi além. Ele foi ungido pelo Papa. Foi a primeira vez que isso aconteceu. Esse ato solene dava um colorido divino ao governo de Pepino. 
A Igreja Católica, por sua vez, aliava-se a um rei que poderia lhe proteger, caso alguma ameaça ao Papado surgisse no futuro. E naquele tempo, século VIII, ameaças surgiam o tempo todo. 

ALIANÇA REFORÇADA:

A aliança entre a Igreja Católica e os Francos foi reforçada três anos mais tarde, quando o Papa Estevão II ungiu o novo rei Franco e a sua família. Como contrapartida, o Papado recebeu o compromisso de proteção contra os Lombardos na Itália.

Para a Igreja Católica daquela época conturbada, era "...melhor designar como rei aquele que detém realmente o poder." (página 28)

Nesse jogo todos saiam ganhando: o governante Franco recebia a chancela divina para o exercício de seu poder e o Papa, por sua vez, se se visse ameaçado, poderia pedir ajudar militar aos Francos, que prontamente viriam socorrê-lo. 

ANOI 800 COROAÇÃO DE CARLOS MAGNO:

No ano 800 houve o ápice na união entre a Igreja Católica e os Francos. Carlos Magno, então rei dos Francos, foi tornado Imperador do Sacro Império Romano pelo Papa, confirmando sua posição dominante na cristandade ocidental. A Igreja Católica passou a herança do Império Romano para os Francos de Carlos Magno. Em troca, Carlos Magno estaria pronto para defender o Papado. 

ABALOS FUTUROS NA RELAÇÃO ENTRE A IGREJA CATÓLICA E O SACRO IMPÉRIO ROMANO GERMÂNICO:

Com o passar do tempo, ambições de ambas as partes fizeram com que a união entre a Igreja Católica e o Imperador do Sacro Império Romano sofresse abalos sérios. 
O Papa e o Imperador passaram a disputar entre si quem seria o chefe máximo da sociedade cristã ocidental. 
Como não há dois sóis no céu, também não pode haver dois senhores na Terra. A disputa para ver quem iria ser o chefe máximo do cristianismo ocidental fez surgir um antagonismo entre o Papa e o Imperador do Sacro Império Romano. 

ANOTAÇÕES EXTRAÍDAS DA LEITURA DO LIVRO "HISTÓRIA ALEMÃ, DO SÉCULO VI AOS NOSSOS DIAS, VÁRIOS AUTORES, EDITORA EDIÇÕES 70


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