quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Justificativas para a conquista relâmpago da Espanha sobre os Impérios Pré-Colombianos



RESUMO DAS PRINCIPAIS CONQUISTAS ESPANHOLAS NAS AMÉRICAS:

1519-1521: Hernando Cortés, o primeiro grande conquistador espanhol que subjugou o povo asteca

16 de novembro de 1532: Pizarro encontrou-se com o Imperador Inca Atahualpa em Cajamarca, no norte do Peru. Pizarra era acompanhado por 167 homens. Atahualpa foi detido pelos espanhóis. Mais algumas escaramuças e o Império Inca tinha sido conquistado pela Espanha.

JUSTIFICATIVAS PARA A CONQUISTA RELÂMPAGO DA ESPANHA SOBRE OS IMPÉRIOS PRÉ-COLOMBIANOS:

1) Choque Biológico:

As doenças trazidas pelos europeus causaram uma catástrofe demográfica que se abateu sobre os povos pré-colombianos (Astecas, Maias e Incas).

"Entre o momento da chegada de Cortés e o fim do século XVI, a população do México diminuiu 90%, de 12 milhões (talvez) para pouco mais de 1 milhão." (página 87)

2) Relativa novidade da hegemonia Asteca e Inca:

As comunidades locais recém-conquistadas pelos astecas e pelos incas nutriam uma natural antipatia por estes. Dessa forma, os espanhóis contaram com a colaboração dessas comunidades locais na luta contra os Astecas e Incas. 

3) Superioridade do armamento espanhol e o uso de cavalos:

As armas espanholas eram tecnologicamente superiores. E o uso do cavalo também foi uma vantagem.

4) Falta de conhecimento dos povos pré-colombianos sobre quem os espanhóis eram:

"O que tornou o Império Asteca vulnerável ao ataque espanhol foi o fato de o seu alto comando não ter percebido as origens, objetivos e motivos do seu inimigo europeu. Nem imaginando as razões para o seu súbito aparecimento." (página 86)

5) Ilhas do Caribe como plataforma para a invasão do continente:

As ilhas do Caribe, notadamente Cuba e Hispaniola (atuais Haiti e República Dominicana), serviram como plataforma de lançamento de entradas, expedições e incursões espanholas em direção ao México, à América Central. Essas ilhas serviram para que os espanhóis se adaptassem ao clima das Américas. Eram ainda locais acolhedores e de fácil acesso para os navios espanhóis. E os indígenas que as habitavam não eram páreo para o poderio espanhol. 

"Proporcionavam uma base vital onde os espanhóis podiam adaptar-se ao clima e a partir da qual podiam explorar a costa da América Central." (página 85)

Nessas ilhas ainda havia ouro de aluvião, cuja extração serviu para financiar os elementos espanhóis que organizavam expedições para a o México e a América Central. 

"Foi o ouro roubado aos ameríndios ou extraído com trabalho escravo, e não o ouro da Espanha, que ajudou a financiar as entradas organizadas localmente após 1508."(página 86)

"O avanço para o continente americano foi obra, não de príncipes ou capitalistas residentes na Europa, mas de pioneiros sedentos de ouro incitados pelo rápido esgotamento dos jazigos das ilhas. Sem a efêmera corrida ao ouro nas ilhas das Caraíbas (Caribe) e na vizinha 'Tierra Firme' (América Central), o impulso para a conquista territorial do Continente (México) talvez tivesse sido adiado indefinidamente..." (página 86)

6) Imperadores Pré-Colombianos onipotentes e centralizadores:

Incas e Astecas eram governados por imperadores onipotentes, divinos e centralizadores. Tudo girava em torno do Imperador. Com a sua derrubada, tudo em torno dele desmoronava, para proveito dos espanhóis. 

7) Isolamento cultural dos povos Pré-Colombianos:

Não havia informações sobre os espanhóis. Essa falta de informação resultou numa paralisia generalizada, que destruiu a capacidade de resistência dos astecas e dos incas. A chega dos europeus foi vista quase como um fenômeno sobrenatural, para o qual não havia nenhuma oração que poderia resolver. 

Resumo:

"Foi o efeito conjunto destes diferentes fatores que transformou o contato espanhol com as grandes civilizações do interior americano em conquistas fulminantes com custos quase negligenciáveis." (página 89)

TALVEZ QUALQUER DOS GRANDES ESTADOS EURASIÁTICOS TIVESSE CONSEGUIDO UM SUCESSE IGUAL AO DOS ESPANHÓIS NAS AMÉRICAS:

"Talvez qualquer dos grandes Estados eurasiáticos tivesse conseguido um sucesso semelhante: Tamerlão teria acabado rapidamente com Montezuma. A sorte do Ocidente foi a sua posição geográfica - mais próxima da antecâmara caribenha dos Impérios Pré-Colombianos - lhe proporcionou um avanço decisivo na aquisição de novos impérios no Mundo Exterior." (página 89)

O que o autor está querendo dizer é que outros estados da Eurásia, como China, o Império Muçulmano no norte da Índia, o Império Otomano e o Império de Tamerlão, teriam tido o mesmo sucesso que os espanhóis tiveram nas Américas. A sorte da Espanha foi o fato dela estar geograficamente melhor localizada para a expansão ultramarina em direção das Américas. 

Quando o autor fala em "Mundo Exterior", ele se vale de um conceito criado por Halfort Mackinder, para o qual a Eurásia era a "Ilha Mundial". Tudo o que não estivesse compreendido nessa "Ilha Mundial" seria denominado de "Mundo Exterior". O continente americano era esse Mundo Exterior, assim como a Oceania, a África Subsaariana, etc.

ANOTAÇÕES EXTRAÍDAS DA LEITURA DO LIVRO "ASCENSÃO E QUEDA DOS IMPÉRIOS GLOBAIS, 1400-2000, DE JOHN DARWIN, EDITORA EDIÇÕES 70

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