quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Expansão Marítima de Portugal nos séculos XV e XVI



ALGUMAS DATAS RELEVANTES NA EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA:

1482-1484: Construção da Fortaleza de São Jorge da Mina, atual Elmina, em Gana. Com essa fortaleza, Portugal teve acesso a uma parte do comércio de ouro da África Ocidental. Com o lucro advindo da exploração desse comércio, financiou suas viagens seguintes ao longo da costa ocidental africana.

1488: Navegador português Bartolomeu Dias alcança o Cabo das Tormentas, depois denominado de Cabo da Boa Esperança. 

1498: Navegador português Vasco da Gama chega à Índia, em Calecute, na costa indiana de Malabar.

FATORES QUE AJUDARAM NA EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA:

Navegação ao longo da costa ocidental africana sem oposição:

A sul de Marrocos, "nenhum Estado importante tinha a vontade ou os meios para contestar o uso feito por Portugal das águas costeiras africanas. A maioria dos Estados africanos estava voltada para o interior, encarando o Oceano Atlântico como um deserto aquático..." (página 79)

Financiamento das navegações portuguesas:

Com a construção da fortaleza de São Jorge da Mina, na costa marítima da atual Gana, os portugueses começaram a explorar uma parte do comércio do ouro da África Ocidental. Com esse comércio, os portugueses conseguiram financiar a busca de uma rota marítima para a Índia.

VASCO DA GAMA DESEMBARCA NA ÍNDIA:

Em 1498, o navegador português Vasco da Gama desembarca em Calecute, na costa indiana de Malabar. Agora que Portugal tinha finalmente achado uma rota marítima para a Índia, era necessário achar uma forma de explorá-la da melhor forma possível. Mas Portugal era um país pequeno (território e população pequenas) e sem recursos, de forma que não iria conseguir se impor na rota comercial que havia descoberto.

A FALTA DE RECURSOS DE PORTUGAL IMPEDIU QUE ELE SE TORNASSE UM IMPÉRIO TERRITORIAL E/OU MARÍTIMO:

"...era pouco provável que uns quantos navios portugueses no Oceano Índico conseguissem desviar grande parte do comércio dessas águas para as longas e desertas rotas marítimas à volta da África." (página 80)

Mas mesmo com todas as dificuldades, os portugueses tentaram se impor. Quatro anos depois de Vasco da Gama, uma frota de caravelas, sob o comando de Afonso Albuquerque, começou a estabelecer bases fortificadas para controlar o movimento do comércio marítimo no Oceano Índico. As bases fortificadas foram erigidas em Cochim (1503), Cananor (1505), Goa (1510), Malaca (1511). Ainda na década de 50 do século XVI, Portugal tinha cerca de 50 fortalezas entre Sofala (Moçambique) e Macau no sul da China. 

Apesar desse sucesso inicial, Portugal não se tornou nem um Império Territorial nem um Império Comercial. Os portugueses não tinham o poder, para por exemplo, impor o monopólio da pimenta, uma especiaria muito demandada pela Europa. 

Com efeito, grande parte do comércio de especiarias permaneceu fora do controle de Portugal.

Achar o caminho para a Índia foi um feito, mas não era tudo. Era preciso conseguir o monopólio do comércio que passava pelo Oceano Índico, mas isso demandaria um Poder Naval que Portugal não tinha. 

PORTUGAL PASSA A EXTORQUIR NAVIOS QUE USAVAM O OCEANO ÍNDICO COMO ROTA COMERCIAL:

"O Estado (português) tornou-se então um sistema para extorquir dinheiro em troca de proteção ao comércio marítimo entre o Sudeste Asiático, o ocidente da Índia, o Golfo Pérsico e o Mar Vermelho." (página 80)

Já que Portugal não tinha força para impor o monopólio, passou a usar suas caravelas para extorquir navios que usavam o Oceano Índico como rota comercial, sob o falso pretexto de protegê-los. 

PORTUGUESES COMO INTERMEDIÁRIOS:

A leste da península malaia, os portugueses não trabalhavam com extorsão. Viraram intermediários no comércio de longa distância envolvendo China, Japão e outras localidades. 

Alguns portugueses ainda ganhavam a vida como empresários independentes. 

"Em Hugli, a norte da atual Calcutá, um comerciante empreendedor conseguiu a autorização do Imperador Mongol Akbar para construir um posto de comércio para enviar artigo de luxo chineses rio acima, para a corte imperial." (página 83).

ANOTAÇÕES EXTRAÍDAS DA LEITURA DO LIVRO "ASCENSÃO E QUEDA DOS IMPÉRIOS GLOBAIS 1400 2000", JOHN DARWIN, EDIÇÕES 70



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