segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Servidão no Império Carolíngio



SERVIDÃO:

Era uma forma de dependência especificamente medieval. Não confundir com a escravidão dos negros nas plantations dos séculos XVII a XIX. 

De fato, para quem era livre quando da adoção da servidão, ela representou uma perda de liberdade. Contudo, para os 'servi' e 'mancipio', que antes eram submetidos a um trabalho forçado, numa posição semelhante à dos escravos negros, a servidão significava uma ascensão à situação de semiliberdade. (página 24)

SERVIDÃO SIGNIFICAVA MAIS DEPENDÊNCIA ENTRE AS PESSOAS:

Com a adoção da servidão, o vínculo pessoais aumentavam, assim como a dependência entre as pessoas que participavam desse arranjo social, característico da época carolíngia, com o regime senhorial franco abrangendo o centro de seu território entre os rios Loire e Reno. 

A servidão foi a forma de organização social predominante nos séculos VI, VII, VIII.

"A massa da população rural, constituída por cada vez mais servos, foi dominada pela elite pouco numerosa dos nobres."(página 24)

Esses nobres eram oriundos da nobreza imperial franca, do século VI, aos quais vieram se juntar nos séculos VII e VIII os seguidores dos carolíngios que ascendiam de status, por meio da prestação de valoroso serviço militar. Nas inúmeras guerras nos séculos VI, VII e VIII, o senhor da guerra buscava aumentar seu exército por meio da concessão de terras para os guerreiros que lutavam ao seu lado. 

"Esta prática constituiu o requisito, a longo prazo, para o sistema feudal medieval." (página 28)

O SUCESSO NA GUERRA ERA O QUE UNIA O SENHOR E SEUS VASSALOS:

O sucesso vinha da guerra. Para que uma pessoa nessa época pudesse angariar poder, alcançando uma posição de destaque, tornando-se um rei/senhor entre os seus, teria que ser vitorioso no campo de batalha, destruindo os inimigos externos, proporcionando segurança aos seus servos e terras para quem lutasse ao seu lado. Esse rei tinha que manter afastadas as ameaças externas, com a ajuda de seus nobres, que eram recompensados com terras. Essa sociedade medieval dividia-se entre:

a) aqueles que lutavam em guerras para manter a segurança de todos (rei, nobres)

b) aqueles que trabalhavam, os camponeses, os servos

c) os padres, que rezavam por todos.

JUSTIFICATIVA PARA A EXISTÊNCIA DA ARISTOCRACIA/NOBREZA:

Aos nobres/aristocratas/reis incumbia a defesa contra ameaças externas. Eles deveriam fornecer a segurança. E era justamente isso que justificava a existência dessa classe social que não trabalhava, vivendo do trabalho de outras pessoas, os servos. Os servos, por sua vez, indefesos que eram, buscavam nos seus senhores a segurança em tempos de guerra. Um fornecia segurança, enquanto o outro fornecia trabalho.

Se algo desse errado nessa equação, como por exemplo, se o rei e seus nobres não conseguissem mais afastar ameaças externas, o reino poderia colapsar. E foi justamente isso que acabou acontecendo com o Império Carolíngio. No final do século IX, os governantes carolíngios não conseguiam mais enfrentar as ameaças externas representadas pela invasões de normandos e sarracenos. 

"As próprias zonas centrais do império deixaram de ser seguras. A incapacidade do poder central para garantir uma proteção eficaz diminuía a sua reputação e favorecia a ascensão de poderes regionais." (página 29)

ANOTAÇÕES EXTRAÍDAS DA LEITURA DO LIVRO "HISTÓRIA ALEMÃ, DO SÉCULO VI AOS NOSSOS DIAS", VÁRIOS AUTORES, EDITORA EDIÇÕES 70



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