ALTA IDADE MÉDIA NA EUROPA CENTRAL E OCIDENTAL:
Havia uma identidade comum na figura do chefe espiritual representado pelo Papa, chefe da Igreja Católica, em Oposição ao Islã, que avançava no Sudeste (Conquista de Constantinopla em 1453) e que recuava na Península Ibérica.
O COTIDIANO DAS PESSOAS COMUNS:
A vida das pessoas girava em torno da Igreja, para a qual pagavam um dízimo. Essas pessoas comuns ainda dependiam da proteção de um Senhor Feudal, para o qual pagavam tributos.
GEOGRAFIA EUROPEIA
O homem europeu se via na margem de um mundo cujo centro localizava-se na Terra Santa, em Jerusalém. Quando os Portugueses se lançaram na exploração da Costa Ocidental africana (conquista de Ceuta em 1415), objetivavam flanquear os islâmicos no Oriente. "A Europa expandiu-se, por assim dizer, em legítima defesa." (página 35)
SACRO IMPÉRIO ROMANO GERMÂNICO:
Germânico a partir de 1450. Sacro Império foi o sucessor do Império Romano do Ocidente. Naquela altura, encontrava-se enfraquecido, mal conseguindo organizar a defesa comum. Muitas línguas eram faladas no interior do Sacro Império: italiano, alemão, tcheco, holandês, francês.
MEADOS DO SÉCULO XV:
Dois eventos devem ser destacados: queda de Constantinopla nas mãos do Otomanos e queda dos Ingleses na França. Com o fim do perigo inglês, os Franceses voltaram suas atenções para o Sacro Império Romano Germânico.
SACRO IMPÉRIO ROMANO GERMÂNICO CERCADO:
Em meados do século XV, o Sacro Império viu-se cercado por duas potências em ascensão: a oeste, pela França e a leste, pelo Império Otomano.
MONARQUIA UNIVERSAL:
O Habsburgo Carlos V, detentor da Coroa de Sacro Imperador Romano Germânico, acalentava a ambição de tornar Universal o seu Império. O sonho de uma Monarquia Universal não era exclusividade de Carlos V. No Leste, os Otomanos, inebriados com a Conquista de Constantinopla em 1453, desejavam tornar seu Império Universal, reivindicando para si a herança do Império Romano. Solimão, o Magnífico, buscava expandir o poder Otomano pelo Mar Mediterrâneo e pela Europa Central. Os Otomanos forçariam a entrada na Europa, sendo detidos duas vezes às portas de Viena (1529 e 1683).
HABSBURGOS, PROTETORES DA CRISTANDADE:
Os Habsburgos se vendiam como os Protetores da Cristandade Ocidental contra o avanço islâmicos otomano. Em 1519, Carlos V, um Habsburgo, seria eleito Sacro Imperador Romano Germânico. Naquela altura, Carlos V governava Nápoles, Áustria, Boêmia, Novo Mundo nas Américas e Países Baixos. Era chamado de "Rei dos Romanos e Imperador do Mundo" (página 42)
O SONHO DE UMA MONARQUIA UNIVERSAL CAI POR TERRA:
O Sonho de Carlos V de erigir uma Monarquia Universal caiu por terra ao ser derrotado por suecos, príncipes alemães, França e Inglaterra. Carlos V teve que dividir sua herança entre um ramo austríaco e um ramo espanhol dos Habsburgos.
DESUNIÃO DO SACRO IMPÉRIO ROMANO GERMÂNICO
Carlos V era tinha a Coroa do Sacro Império mas não tinha a união de que precisava para erigir seu Império Universal. Dentro do Sacro Império Romano Germânico havia muitos senhores (príncipes alemães, cidades livres e o Imperador). Essa desunião era explorada pelos inimigos. Era uma desunião que enfraquecia e dificultava a estratégia de defesa de uma área central da Europa (atual Alemanha)
FRANÇA E A NECESSIDADE DE ROMPER O CERCO HABSBURGO
A França via-se cercada pela Dinastia Habsburgo. No sul, havia a Espanha, governada por um Habsburgo. O mesmo acontecia no norte (Flandres) e no Leste. A França teria que lutar para romper esse cerco e assim o fez. A política francesa, em relação ao Sacro Império Romano Germânico, consistia em colocar os príncipes alemães contra o Imperador. Se os príncipes alemães se unissem em torno do Imperador Habsburgo, a França pouco poderia fazer para obstar uma invasão alemã ao seu território.
HOLANDA TAMBÉM DEPENDIA DA DESUNIÃO NO SACRO IMPÉRIO ROMANO GERMÂNICO PARA SOBREVIVER.
O que acontecia na Alemanha também era vital para a existência da Holanda. Os holandeses se libertaram dos espanhóis no final do século XVI. Dessa forma, a Holanda torcia para que os príncipes alemães não se unissem ao Imperador Habsburgo. A dinastia Habsburgo detinha a coroa do Sacro Império, a coroa Espanhola e a coroa Austríaca.
GRÃ-BRETANHA
A Grã-Bretanha, apesar de ser uma ilha, não podia ficar indiferente ao que acontecia no continente, principalmente na Alemanha, pois sua primeira defesa seria nos Países Baixos, de forma que a independência holandesa era de seu interesse estratégico.
SUÉCIA
A Suécia também via o destino da Alemanha com preocupação. Ela temia que o Imperador Habsburgo unisse os príncipes alemães numa frente para a criação de uma Monarquia Universal Católica. Foi por esse motivo que o rei sueco, Gustavo Adolfo, interviu na Guerra dos Trinta Anos (1618 -1648). A Suécia, um reino protestante, não poderia permitir que o Imperador Católico Habsburgo penetrasse na Alemanha, aproximando-se de sua fronteira.
SACRO IMPÉRIO ROMANO GERMÂNICO ERA COBIÇADO POR TODOS.
"Quem dominasse a Alemanha poderia subjugar outros reinos." (página 49)
O Sacro Império, que abrange em grande parte a atual Alemanha, tinha recursos inexplorados. Possuía 15 milhões de habitantes. A coroa do Sacro Império Romano Germânico era obtida por meio de uma eleição. Em teoria, o Sacro Imperador estaria acima de todos os outros monarcas europeus. Isso acarretou uma campanha pela Coroa entre os Monarcas Europeus. Henrique VIII, rei da Inglaterra, queria ser eleito. Havia subornos para conseguir se eleger. Carlos V, em 1519, valeu-se de suborno para se eleger Imperador, mas não conseguiu que seu filho Filipe, rei da Espanha, lhe sucedesse como Rei dos Romanos. A Coroa de Imperador acabou indo para o ramo austríaco da Família Habsburgo.
Fonte: Anotações extraídas da leitura do Livro: Europa, a Luta pela Supremacia, de 1453 aos Nossos Dias, Brendan Simms, Editora Edições 70