terça-feira, 23 de abril de 2019

Antissemitismo Estrutural Judenstaat Junkers



Prússia era um Estado alicerçado sobre uma aristocracia proprietária de terras, os Junkers (do alemão Herr: Senhor; Jung: Jovem).
Os Junkers eram os Aristocratas que constituíam a chamada NOBREZA EM SERVIÇO do Estado, possuindo dessa forma o monopólio dos altos postos no serviço público e no Exército, constituindo a base do Estado Prussiano.
Mas em 1806, com a chegada de Napoleão Bonaparte, o modo de vida da Aristocracia prussiana ficou em risco. E o risco não vinha apenas das ideias trazidas pela Revolução Francesa. O mundo estava mudando. A terra, símbolo de estabilidade, tornava-se uma commodity, um mero objeto de troca. Nesse novo mundo, o dinheiro fluía, de forma que a sociedade estável, assentada sobre a propriedade fundiária, estava sob ataque.
A Propriedade Fundiária deixava de ser uma símbolo de identidade para ser algo volátil, uma commodity, suscetível de ser vendida, consagrando o domínio do dinheiro sobre o valor real das coisas. Quem ganhava com isso era o detentor do capital, do dinheiro, geralmente comerciantes judeus. 
Durante o domínio napoleônico na Prússia, foi dado início a uma Reforma, na qual, entre outras mudanças, aos judeus seria permitida a aquisição de propriedades rurais. Criou-se um conflito no qual de um lado estavam os reformistas do Estado Prussiano (ex.: Stein) e de outro lado estavam os Junkers prussianos, aristocratas conservadores, que não queriam mudanças, como por exemplo Ludwig Von Der Marwitz.
Ludwig Von Der Marwitz dizia que os judeus não podiam adquirir propriedades rurais, caso contrário tornar-se-iam eles, os judeus, representantes do Estado, de forma que o Estado de Brandemburgo-Prússia tornar-se-ia um Estado Judeu (Judenstaat). Esse pensamento redundou no antissemitismo estrutural "que forma uma linha contínua no ódio que prussianos e alemães nutriram pelos judeus. Os judeus são inimigos do Estado prussiano precisamente no sentido descrito por Edmund Burke: eles 'volatizam' a propriedade e representam o domínio do dinheiro sobre o valor real."


Fonte:
(Anotações extraídas da Leitura do Livro BISMARCK, UMA VIDA, de Jonathan Steinberg, Editora Amarilys)

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