quinta-feira, 25 de abril de 2019

Anarquismo Max Stirner - O Individualismo Absoluto


Max Stirner nasceu em 1806, em Bayreuth (atual Alemanha), numa família Protestante. Seu pai era artesão (escultor de flautas).
Os amigos de Stirner gritavam: "Abaixo os reis!" Ao ouvi-los, Stirner complementava: "Abaixo também as leis."
Stirner defendia a volta do EU, fonte de todas as relações com o mundo, portador das significações. Interessava a Stirner a sua própria subjetividade, a sua existência concreta e original. Não confundir essa subjetividade de Stirner com a subjetividade transcendental de Husserl.
O sujeito existente é chamado de ÚNICO, que é o indivíduo sem abstrações, não subordinado a nada, nem a Deus e nem à Humanidade.
Stirner dizia que havia duas alienações, com o mesmo furor de Crer, dois seres supremos aos quais o o EU deveria se submeter:
a) Para os Cristãos, esse ser supremo é Deus
b) Para os Ateus, esse ser supremo é o Homem
No mesmo sentido, para reforçar a ideia, para Stirner, havia duas alienações:
a)A alienação religiosa concebia Deus como o ser supremo 
b)A alienação criada pelo fetichismo do homem (Feuerbach), no qual o ser supremo é o Outro, é a humanidade.

Stirner dizia: "A minha causa não é divina, nem humana [,,,] não é geral, mas única, tal como eu sou único." - (página 145)
"O regresso ao Único, ao EU sem conteúdo, ou seja, ao nada: fundei a minha causa sobre o nada. Mas este nada é o centro de tudo." - Max Stirner (página 145)

O valor supremo de Stirner era o EGOÍSMO. Pensar assim naquele época era nada contra a corrente, pois Feuerbach opunha o Amor Humano ao Egoísmo, os socialistas tinham como inimigo o egoísmo intrínseco dos burgueses e Bauer criticava as massas, que acusa de se entregarem a atividades egoístas.
Ao escolher o egoísmo como Valor Supremo, Stirner constata aquilo que existe (para ele, não havia dúvidas sobre essa constatação): no Mundo só existem pessoas egoístas, consciente ou de forma inconsciente. 
Stirner não se sentia obrigado a nada, sem deveres para consigo mesmo, sem deveres para com Deus, sem deveres para com os outros e sem deveres para com a Humanidade.
Para Stirner não havia necessidade de terceiros, de mediadores.
Stirner definia o OUTRO como sendo aquilo que não é o EU.

".....é preciso que eu consiga persuadir-me, à maneira estoica, da ideia de que as condições reais da minha vida nunca têm a importância que eu lhes quero atribuir." (Max Stirner - página 163)

Fonte: Anotações extraídas da leitura do Livro História do Anarquismo, Jean Préposiet, Edições 70, Almedina


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