A ÁFRICA E O MUNDO ANTIGO
↪ Terra dos Faraós:
Rei Narmer: União do Baixo e do Alto Egito
1º Dinastia Narmer
Eixo Norte Sul. Partindo-se da costa sul do Mar Mediterrâneo, no Delta do Rio Nilo. Na sequência, há o Baixo Egito (local de origem de cidades como Cairo, Mênfis, Saqqara, Gizé, Heliópolis, Heracleópolis, etc). Seguindo a sul, temos o Alto Egito (Tebas). Na sequência, descendo mais para o sul, a 1º Catarata do Rio Nilo (Elefantina/Assuã). Nessa área, havia uma fortaleza para proteger a fronteira sul dessa Primeira Dinastia Narmer, que uniu o Baixo e o Alto Egito.
Fronteira sul do Reino da Dinastia Narmer:
Seguindo para o sul, temos a Baixa Núbia. Mais para o sul, temos a Alta Núbia, onde se localiza a 3º Catarata do Rio Nilo. Seguindo para o sul, encontramos a 5º catarata do Nilo, onde este recebe as águas do Rio Atbara, vindo de leste. Na sequência, o Rio Nilo continua se caminho dito indo a oeste, em direção a Cartum, passando antes por Menroe e pela 6º Catarata. Finalmente, o Rio Nilo encontra seus dois rios formadores, o Nilo Azul e o Nilo Branco.
ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO:
Havia toda uma burocracia direcionada para a governação. Governadores provinciais, funcionários para coletar impostos. Camponeses davam uma parte de sua produção para o Faraó ou tinham que trabalhar em projetos reais. Havia oficinas reais cujas vendas geravam receitas para o Estado.
FARAÓ:
O Faraó era o Deus vivo, visto como a manifestação do divino, encarnação terrena de Hórus, a divindade suprema. Era o símbolo de estabilidade e prosperidade. A soberania divina estava arraigada na mente dos egípcios. Grande parte da riqueza dos Faraós foi direcionada para a construção de túmulos grandiosos para garantir uma boa vida após a morte.
TERCEIRA DINASTIA:
A terceira dinastia deu origem à era das Pirâmides. A busca pela vida eterna era uma preocupação constante.
QUARTA DINASTIA:
Rei Queóps queria uma Pirâmide que superasse a de seus antecessores. Seria o local de seu sepultamento. Estamos falando de 4.500 a.C. .
Quéfren, filho de Queóps, construiu para si uma pirâmide e uma enorme estátua que hoje é conhecida como a Esfinge. A construção desses monumentos acarretava uma sangria nos recursos do Estado.
DEUSES EGÍPCIOS:
Hórus, Rá, o Deus Sol. Com o passar do tempo, o culto a Rá tornous-e o mais importante. Outro Deus importante para os egípcios era Osíris, o rei da Terra dos Mortos - o submundo.
SEXTA DINASTIA:
Após a sexta dinastia, o Egito enfraqueceu. O poder central cedeu terreno para os poderes locais, que se engalfinhavam numa guerra civil (Antigo Império).
MÉDIO IMPÉRIO:
Século XXI: O Poder Egípcio volta a ser centralizado. A situação econômica melhora. Uso da irrigação permitiu o uso de mais terras para a produção. Expedições comerciais para o Levante e ao Punt (terra africana no extremo sul do Mar Vermelho. O Médio Império duraria 400 anos. O fundador do Médio Império era o vencedor da Guerra Civil. Era proveniente de Tebas, no Alto Egito. Seu nome era Mentuhotep II. Tebas tornou-se a nova capital.
A ALMA PARA OS EGÍPCIOS:
A ideia de alma para os egípcios, antes atribuída apenas ao rei (apenas o rei tinha alma), passou a ser entendida como extensiva às pessoas comuns - Ba - força espiritual que trazia as características únicas de um indivíduo e que sobrevivia à morte.
CULTO AOS DEUSES:
Antes restrito aos faraós, o culto aos deuses passou a ser realizado pelas pessoas comuns. Osíris tornou-se o Deus Universal que representava a luta do bem contra o mal e que prometia vida após a morte.
EXPANSÃO DO EGITO:
No Século XX a.C,. na Décima Segunda Dinastia, o Egito expandiu-se para o sul, para a Baixa Núbia.
HICSOS - SECULO XVII a.C.:
Povo originário do Levante. Invade o Baixo Egito e captura Mênfis. Um Egito residual sobrevive em Tebas. Os Hicsos tinham pontas de lança, flechas e machados forjados a Bronze.
NOVO IMPÉRIO:
Guerra de Libertação contra o domínio estrangeiro (hicsos). Décima oitava dinastia, sob Amósis I, expulsa os Hicsos e reconquista a Baixa Núbia. O Egito tornou-se um Império, abrangendo terras no Eufrates, na Síria, e o Alto Nilo, na Núbia.
O Egito agora contava com um exército profissional, com tecnologia copiada dos Hicsos.
EGITO AVANÇA PARA A ALTA NÚBIA:
1492 a.C. : Egito avança para a Alta Núbia, para o Reino de Kush, que torna-se uma colônia egípcia. Essa colônia enviava escravos, ouro, marfim e gado para o Egito.
1458 a.C. : Egípcios dominam Canaã e Síria. Havia ainda empreitadas comerciais com os africanos no Punt. Egípcios ainda frequentavam o Mar Vermelho, de onde rotas comercias eram exploradas, em busca de peles, marfim, incenso, etc.
UNIÃO DE DOIS DEUSES:
Em Tebas, dois deuses se fundem: Amon + Rá = Amon-Rá.
SOCIEDADE EGÍPCIA:
A Elite era formada pelos oficiais do exército, funcionários do Estado, sacerdotes e prefeitos. Não importava a posição ou status: TODOS OS EGÍPCIOS SE PREOCUPAVAM COM A VIDA APÓS A MORTE. Havia no Egito um Livro dos Mortos ou Livro para Sair à Luz do Dia. Era um Manual que explicava ao recém-falecido o caminho para se atravessar o DUAT (submundo), entrando na vida após a morte.
Acreditava-se que ao morrer o espírito da pessoa abandonava o corpo do defunto e começava uma jornada em busca da vida após a morte. Essa jornada incluía vários obstáculos que o Livro dos Mortos buscava ensinar a maneira correta de transpô-los. Ao final dessa jornada, havia um julgamento para ver se aquela alma seria aceita na vida após a morte ou não.
FARAÓ AKHENATON:
Esse Faraó, em busca do poder total, tentou emplacar o monoteísmo no Egito. O único Deus seria Aton (divindade solar) e Akhenaton seria seu filho. Depois de sua morte, seus sucessores buscaram desfazer o seu trabalho, retornando ao politeísmo.
INÍCIO DO SÉCULO XIII a.C.:
O Egito era um Império; os Faraós eram vistos como reis divinos de quem o bem estar da população dependia.
RAMSÉS II:
Governou por 67 anos - 1279-1213 a.C. Construiu uma nova capital dinástica. Depois de Ramsés II, a economia começou a vacilar, sob o peso das grandes obras (palácios, santuários, templos, etc) e do custo da manutenção do exército. Um período de baixas cheias do Nilo piorou a situação. No Levante, o Império Egípcio começou a colapsar.
"O reinado de Ramsés II marcou um pico na história do Egito. Nunca mais os faraós alcançaram tal prestígio e autoridade. Seus sucessores foram assolados por conspirações palacianas e rivalidades destrutivas. A economia, sobrecarregada por despesas militares e pelo custo dos grandes projetos, começou a vacilar. Um período de baixas cheias do Nilo piorou a situação. As fronteiras do Egito eram ameaçadas por incursões vindas da Líbia e por ataques de exércitos saqueadores dos Povos do Mar chegando pelo Mediterrâneo oriental."
(página 36)
O império egípcio no Levante entrou em colapso.
"Tebas foi atingida por um surto de greves, distúrbios civis e roubos de tumbas."
(página 36)
GUERRA CIVIL - 1069 a.C.:
Egito dividido novamente por uma guerra civil. O Novo Império chegou ao fim.
"Quando Ramsés XI morreu, em 1069 a.C., o Novo Império chegou ao fim em meio ao caos e à desordem, com o Egito dividido em dois e vulnerável à invasão de predadores estrangeiros."
(página 37)
DECADÊNCIA DOS TIRANOS E DE SEUS IMPÉRIOS:
Toda glória é passageira. Os Faraós experimentaram o apogeu do poder. No fim, tudo caiu por terra. O que sobrou disso tudo foram estátuas desses Faraós imersas na areia:
Encontrei um viajante de uma terra antiga
Que disse:
'Duas pernas de pedra imensas e sem corpo
Jazem no deserto. Perto delas, na areia
Reside, metade afundado, um rosto partido, cujo cenho
lábio enrugado e sorriso de frio comando
Dizem que seu escultor compreendeu bem aquelas paixões
Que ainda sobrevivem, estampadas nessas coisas inertes
A mão que delas zombou e o coração que as alimentava
E no pedestal aparecem estas palavras':
'Meu nome é Ozimândias, rei dos reis
Olhem minhas obras, ó poderosos e desesperem-se!'
Nada mais resta
Em torno da decadência
Da ruína colossal, nuas e sem limite
As areias solitárias e planas se estendem ao infinito.
(Poeta inglês Percy Bysshe Shelley, 1817)
(página 37)
ANOTAÇÕES EXTRAÍDAS DA LEITURA DO LIVRO "O DESTINO DA ÁFRICA, CINCO MIL ANOS DE RIQUEZAS, GANÂNCIA E DESAFIOS", MARTIN MEREDITH, EDITORA ZAHAR, páginas 23/37
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