Quando os europeus se lançaram à conquista marítima o fizeram não apenas por questões econômicas. Eram estimulados pela luta contra os muçulmanos. Desejavam reconquistar a cidade de Jerusalém.
"A partir de meados da década de 1480, Cristovão Colombo tentou interessar os monarcas de Portugal e Espanha na ideia de um caminho atlântico para a Índia. É certo que a sede de aventura, o enriquecimento pessoal e a glória nunca estiveram muito longe do seu espírito ou do de outros exploradores e dos seus patrocinadores. O fim último da empresa, no entanto, era lançar um ataque ao flanco desprotegido dos otomanos, que levasse à reconquista de Jerusalém, uma tarefa que Colombo descrevia em termos cada vez mais milenaristas. A conquista de novas terras além-mar não abriria apenas uma nova frente contra os otomanos; asseguraria também os recursos necessários para a recuperação da Terra Santa." (página 68)
Colombo acreditava tanto em seus mapas que levou consigo um intérprete árabe (um judeu convertido ao cristianismo). Ele obviamente não seria necessário, pois Colombo aportou nas ilhas do Caribe e não na Ásia.
"Contudo, em vez de alcançar a Ásia e encontrar aliados contra os muçulmanos ou apossar-se de uma parte das riquezas do Oriente, Colombo deu a terra nas Caraíbas, onde prontamente foi estabelecida uma colônia espanhola. Os nativos foram descritos, como era bastante lógico, como <<índios>>, uma designação que se manteve até fins do século XX. A inicial descoberta europeia da América foi, em suma, uma consequência da luta pelo domínio sobre o islã." (página 69)
FONTE: EUROPA, A LUTA PELA SUPREMACIA, DE 1453 AOS NOSSOS DIAS, BRENDAN SIMMS, EDITORA 70
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