MIGRAÇÕES NO INTERIOR DO CONTINENTE AFRICANO:
No que hoje é o sul de Camarões, tem início uma onda de grandes migrações de comunidades de língua Banta, pertencentes a um grupo maior, a nigero-congolesa. O grupo nigero-congolesa ocupava uma área que ia do Rio Senegal, a oeste, até Camarões, a leste (início do IV milênio a.C.)
Banto: Pessoas
Ba (prefixo) = Plural
NTU = Ser Humano
O grupo linguístico Banto fazia parte de uma família mais ampla, a nigero-congolesa (IV milênio a.C.). Não se sabe as razões dessa migração. O que se sabe é que ela foi descoberta por meio da identificação de elementos da língua Banta no centro sul da África, "mas a pátria original dos povos de língua banta eram as terras altas de Camarões, a mais de 4 mil quilômetros de distância." (página 38)
A Comunidade Banto vivia da agricultura (cultivavam o inhame), da pesca (construíam canoas). Também cultivavam Palmeiras, das quais extraíam azeite de dendê (culturas arbóreas). Veneravam seus espíritos ancestrais. Atravessando a Floresta Tropical, migraram para o sul, atual Congo, onde havia povos coletores e caçadores, os ba-twas - pigmeus (ano 1000 a.C., ano em que a metalurgia chegou à África). O avanço pela floresta ocorria na base de 20 quilômetros por década. Além das florestas do Congo, ficavam as savanas do sul e do leste da África, habitadas por povos caçadores-coletores, que possuíam várias habilidades adquiridas em meio a uma vida itinerante na Savana. Esses povos das Savanas fabricavam ferramentes de madeira, osso e pedra.
OUTRAS MIGRAÇÕES:
"Desde o IV milênio a.C. , o domínio de caçadores-coletores, na África Orienta, atraía vários grupos de migrantes africanos. Do planalto etíope a nordeste, vieram pastores de língua kushita, trazendo gado e habilidades agrícolas; no segundo milênio a.C., eles tinham chegado ao seu limite ao sul, nas planícies do Serengeti, na Tanzânia moderna. Do Vale do Nilo, a noroeste, vieram pastores nilóticos, que plantavam culturas como o sorgo. Mas foi a chegada de migrantes bantos da região da floresta do Congo, a oeste, que produziu o impacto de maior alcance."
(página 40)
Os Bantos se espalharam pela África oriental em direção à costa.
ADVENTO DA TECNOLOGIA DO FERRO:
Meados do Primeiro Milênio a.C.
A metalurgia do ferro foi estabelecida na região entre a Bacia do Chade e os Grandes Lagos da África Oriental. Havia também a atividade de metalurgia na região onde hoje é a Nigéria (planalto de Jos).
Havia também a prática de metalurgia em Djenné-Jeno, no médio Níger.
Lanças e flechas com pontas de ferro e instrumentos agrícolas de ferro aumentaram a produtividade geral. A prática da metalurgia (pelos Bantos de Mashariki) no leste da África (região dos Grandes Lagos) causou uma grande devastação nas florestas locais, derrubadas para a obtenção de carvão vegetal, para a alimentação de fornos para a metalurgia.
MIGRAÇÃO DO POVO BANTO MAIS PARA O SUL DO CONTINENTE AFRICANO (SÉCULO III a.C.):
O Povo Banto continuou sua migração para o sul do continente africano. Do leste para o sul, empreenderam a migração munidos com utensílios de ferro, trazendo consigo gado bovino e ovino. No século II d.C. chegaram na moderna província de Natal, na moderna África do Sul. O avanço terminou um pouco antes da Província do Cabo, na moderna África do Sul.
O intercâmbio com o leste da África resultou na introdução do gado, que depois expandiu para áreas do sul da África.
O gado adquiriu crescente importância econômica, conferindo ao seu proprietários 'status' e prestígio muito acima daquele desfrutado pelos agricultores. Grupos subiam ao poder pelo domínio de propriedade com rebanho.
"À medida que as comunidades agrícolas iam se fixando, começaram a desenvolver identidades e culturas regionais distintas."
(página 41)
ANOTAÇÕES EXTRAÍDA DA LEITURA DO LIVRO "O DESTINO DA ÁFRICA, CINCO MIL ANOS DE RIQUEZAS, GANÂNCIA E DESAFIOS, MARTIN MEREDITH, EDITORA ZAHAR, Parte 1, A África e o Mundo Antigo, Capítulo 2, Empreendimentos no Interior.
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