quarta-feira, 19 de junho de 2024

Nem a Vida de um Gato faz sentido


Ontem à noite, caminhando pela minha cidade, encontrei um gato estendido na calçada. Grande, de cor laranja. Acredito que já o tinha visto antes, numa rua abaixo, ao lado de outros dois gatos. Há algumas pessoas ali por perto que os alimentam, daí eles ficarem num mesmo local. Onde o encontrei, numa rua acima, uma Avenida movimentanda, com carros e motos passando o tempo todo. Um frio de rachar. Devia estar morto. Seria impossível dormir ali. Ademais, depois da morte de minha mãe, eu só penso na morte. Mas para confirmar, mexi nas patinhas dele. Nada. Era a morte mesmo, eu realmente a conheço bem. Não me equivoquei. Não encontrei ninguém da Prefeitura para removê-lo dali. Enfim, deixei-o ali mesmo. Mais abaixo do local onde eu o encontrei, outros 2 gatos continuavam com suas vidas, provavelmente os mesmos que andavam com ele. Eles não estavam nem aí com o sumiço do companheiro. Pensei comigo: nem a vida de um gato faz sentido. Menos mal que ele não tem consciência da finitude dele e de seus entes queridos. Provavelmente deve ter passado o resto da noite e toda a madrugada estendido ali, no frio, com carros e motos passando ao lado dele.


Hoje, 25/06/2024, confirmei que o gatinho havia realmente morrido. Morreu atropelado. Conversei com a mulher que cuida desses gatos naquele local e ela me confirmou.

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