segunda-feira, 15 de abril de 2019

Holanda, Sociedade Diluviana


Caráter Nacional Holandês: Redenção pela fé no enfrentamento da adversidade que a natureza peculiar de seu território lhe impunha. Território sujeito a inundações constantes, vindas do Oceano ou das tempestades. Ser holandês significava, sob orientação divina, transformar a catástrofe em fortuna, a lama em ouro e a água em terra seca. Triunfar sobre a adversidade fazia com que o holandês se visse tocado pela graça divina, sinal de que ele seria um povo eleito por Deus. A Calamidade, na forma das águas invadindo seu território ou na guerra contra os Espanhóis,  era entendida pelos holandeses como uma prova enviada por Deus para testá-los. Sendo obedientes às leis de Deus, os holandeses teriam a redenção na terra e a salvação no outro mundo. 
Os holandeses sofriam tanto com a invasão das águas, principalmente com as enchentes dos séculos XIV e XV, que seu país foi retratado como uma Terra Submersa, por Sebastian Munster, em sua Cosmographia Universalis, no ano de 1552.
E o emblema heráldico holandês mostra bem o trauma do país com a água: "Luctor et emergo" Luto para emergir. E a figura de um Leão a arrostar as ondas.

Mas as provações a que os holandeses eram submetidos não vinham apenas da peculiaridade de seu território.
A Holanda também sofria com a cobiça de outros países.
O Certo espanhol a Leiden, em 1574, foi uma prova disso. Mais uma vez vemos a  necessidade da provação, do sofrimento para que em seguida o povo holandês fosse merecedor da Recompensa Divina, na forma da expulsão dos espanhóis. Guilherme de Orange, maior autoridade holandesa naquela época, deliberadamente rompeu diques, provocando inundações sistemáticas para afastar os invasores espanhóis. 
Os religiosos holandeses pregavam dizendo que seu povo era predestinado, escolhido por Deus, pois tinha sobrevivido a um Dilúvio. Era uma analogia entre a constante luta do povo holandês para livrar seu território das inundações vindas do Oceano e das chuvas com o Dilúvio bíblico.
Deus teria dado um poder aos holandeses: o poder de criar nova terra, por meio de diques, moinhos de vento e trabalho árduo. 
Dessa forma, os holandeses se viam como os bíblicos filhos de Israel, munidos com uma nova aliança com Deus.
O Dilúvio bíblico representa o fim do Velho mundo e o nascimento de um novo mundo, sob um novo pacto de um povo eleito com Deus. O povo holandês se via como esse povo eleito, que graças a Deus tinha conseguido impor limites ao Oceano, tinha expulsado os espanhóis, sob a condição de levar uma vida cristã conforme os mandamentos divinos.


(Anotações retiradas da leitura do Livro O Desconforto da Riqueza, a Cultura Holandesa na Época de Ouro, de Simon Schama, Editora Companhia das Letras)




domingo, 14 de abril de 2019

A Imprensa, o Quarto Poder.


Guerra da Crimeia - 1854
Foi a primeira guerra produzida pela pressão da opinião pública e da imprensa.
O desenvolvimento das Ferrovias tornou a imprensa nacional. Na Grã-Bretanha, a opinião pública, influenciada por essa imprensa, se tornou uma força poderosa na política.
O Jornal "The Times", principal jornal nacional da Grã-Bretanha, se via como uma Instituição Nacional, uma espécie de "Quarto Poder". 

"Jornalismo não é o instrumento pelo qual as várias divisões da classe dirigente se expressam: é o instrumento pelo qual a inteligência somada do país critica e controla todas elas. É de fato o quarto Estado do Reino: não meramente a contraparte escrita e a voz do terceiro. (Henry Reeve - The Times, 1855)


"Um Ministro inglês tem que satisfazer os jornais." (Lorde Aberdeen, Primeiro Ministro inglês, meados do século XIX)


Fonte: Crimeia, a história da guerra que redesenhou o mapa da Europa no século XIX, Orlando Figes, Editora Record, páginas 172/173)

sexta-feira, 12 de abril de 2019

A Deformidade Genital de Adolf Hitler



"Acredita-se que o próprio Hitler teve duas formas de anormalidades genitais: um testículo retido e uma condição rara chamada hipospadia peniana, caso em que a abertura da uretra fica na parte de baixo do pênis, ou, em alguns casos, no períneo. A famosa canção de marcha, cantada na melodia de Colonel Bogev, cujo início é: 'Hitler has only got one ball/The other is in the Albert Hall' (Hitler só tem uma bola/A outra está no Albert Hall), pode ter sido mais precisa do que jamais imaginaram as tropas."

(Fonte: O Último dia de Hitler, minuto a minuto, de Jonathan Mayo e Emma Craigie, editora Vestígio, página 49)

terça-feira, 26 de março de 2019

Ubermensch e Untermensch



Na Alemanha Nazista, palavras de uso antigo retornavam ao uso diário, adquirindo um "uso moderno sinistramente robusto" (Victor Klemperer)
Exemplos: 
Ubermensch: Super-Homem. 
Untermensch: Sub-humanos (modo pelo qual os nazistas enxergavam judeus e eslavos)

(Fonte: No Jardim das Feras, Intriga e Sedução na Alemanha de Hitler, Erik Larson, Editora Intrínseca, página 139)

segunda-feira, 25 de março de 2019

Regime Nazista e o Fanatismo



Durante o Regime Nazista, o vocábulo "Fanático" passa a ser um elogio. 

"O termo "fanático" tornou-se característica positiva. De repente passou a conotar o que o filólogo Victor Klemperer, judeu que morava em Berlim, descreveu como 'feliz mistura de coragem e fervorosa devoção.' Os jornais controlados pelos nazistas noticiavam uma interminável sucessão de juramentos fanáticos, declarações fanáticas e crenças fanáticas - tudo coisa boa. Goring era descrito como amante fanático dos animais: fanatischer tierfreund" (página 139)

Fonte: No Jardim das Feras, intriga e sedução na Alemanha de Hitler. Autor: Erik Larson, editora intrínseca, página 139

Lebensraum Espaço Vital



A Política Internacional caracteriza-se pela Luta por Espaço. O Espaço é o sustentáculo do Poder Político. 
Pensando dessa forma, Adolf Hitler dizia que a Alemanha tendia à insignificância, tendo em conta a comparação do tamanho de seu território com o de outros países e impérios (URSS, China, EUA, Império Britânico, Império Francês). A solução de Hitler era a seguinte: A Alemanha teria que adquirir territórios no leste. O Leste (URSS,Polônia) seria o Lebensraum da Alemanha, seria o seu espaço vital, dentro do qual pretendia-se diminuir a desproporção entre a população alemã e o seu território. 
Hitler seguia dizendo que para a aquisição desse território seria necessário a união do Volk, num processo de reafirmação nacional, no qual o elemento daninho, o judeu, deveria ser extirpado. O Judeu era visto por Hitler como aquele que confundia e corrompia o Volk (povo alemão), sendo uma ameaça à pureza da raça e também como o autor de uma conspiração internacional plutocrática e comunista contra a Alemanha.

(Informações extraídas da Leitura do Livro Europa, a Luta pela Supremacia, de 1453 aos Nossos Dias, Brendan Simms, Edições 70, páginas 404/405)

Realpolitik


Há traduções de Realpolitik como "política prática" ou "política do realismo". Mas segundo Jonathan Steinberg, o verdadeiro sentido de Realpolitik é extraído da leitura das cartas escritas por Otto Von Bismarck ao General Leopold Von Gerlach, no ano de 1857. "REALPOLITIK é fazer o que funciona e o que serve aos seus interesses."
As cartas de 1857 discutiam a forma pela qual a Prússia deveria tratar Napoleão III.
Leopold Von Gerlach tinha como princípio político a luta contra a Revolução. Pare ele, Napoleão III era a personificação da Revolução, de forma que a política externa prussiana deveria combatê-lo, não podendo haver qualquer contemporização. Para Leopold Von Gerlach, portanto, a política deve se apoiar em princípios e com base neles as alianças e os acordos devem ser feitos.
Otto Von Bismarck também se reconhece como um defensor do princípio que combate a revolução, mas procura mitigar sua posição, dizendo Napoleão III não é o único revolucionário existente, acrescentando que outros países têm suas raízes em processos revolucionários. Dá o exemplo da Grã-Bretanha com a sua revolução Gloriosa. Enfim, Bismarck irá se reunir com qualquer país que, revolucionário ou não, atenda aos ditames de sua Realpolitik: que a aliança funcionasse para a Prússia e que servisse aos interesses da Prússia. 



(Anotações Extraída da leitura do Livro Bismarck, uma vida, de Jonathan Steinberg, Editora Amarilys, página 166/168)


sábado, 16 de março de 2019

Morte de Felipe da Macedônia, resultado da Fúria de um Amante Desprezado


O Homem que assassinou Felipe da Macedônia, pai de Alexandre, o Grande, atendia pelo nome de Pausânias
Pausânias vinha de uma família de nobres macedônios. Ele foi recebido na Corte Real como Pajem e logo caiu nas graças de Felipe em razão de sua beleza.
Mas conforme o tempo passava, Felipe perdeu o interesse por seu jovem amante Pausânias e voltou sua atenção para outro belo membro de sua Corte, cujo nome, coincidentemente, também era Pausânias
O primeiro Pausânias ficou louco de ciúmes e lançou uma campanha difamatória contra o seu rival homônimo, rotulando-o de covarde, vadio e hermafrodita. O segundo Pausânias, contudo, era um corajoso soldado que não iria suportar um ataque contra a sua honra. Para provar o seu valor, o segundo Pausânias se aproveitou de um combate contra os Ilírios para provar a sua coragem, jogando-se numa luta sangrenta, ao custo de sua própria vida.
Um amigo do segundo Pausânias, um General importante do exército de Felipe, de nome Átalo, ao tomar conhecimento da difamação direcionada ao seu amigo e, ao saber de sua morte, resolveu agir contra o primeiro Pausânias. De forma que armou um encontro com ele, o embriagou e, aproveitando-se de seu estado de embriaguez, o sodomizou e fez com que os seus servos fizessem o mesmo.
No dia seguinte, Pausânias, desmoralizado, ridicularizado por todos, buscou justiça. Felipe lhe negou qualquer reparação, pois não poderia agir contra o seu General. Mas Felipe, para apaziguá-lo, fez de seu ex-amante membro de sua guarda pessoal.
Mas Pausânias não seria facilmente apaziguado. Ele continuava sendo alvo de chacotas e zombarias e ainda tinha que ver o seu algoz, o General Átalo, em glória, indo à Ásia Menor, para uma campanha militar grandiosa. Para esquecer seus problemas, Pausânias passou a frequentar as palestras do sofista grego Hermocrátes. Numa dessas palestras, Hermocrátes disse que a forma pela qual se atinge a Glória Imortal é pelo assassinato de um homem importante.
Era tudo o que Pausânias precisava ouvir. Átalo, seu algoz, estava na Ásia, fora de seu alcance, mas Felipe, seu antigo amante e homem que lhe negara justiça, estava ao alcance de suas mãos.
Foi assim então que Pausânias decidiu matar Felipe da Macedônia. No teatro da Colina de Vergina, coração da Macedônia, Pausânias, com uma Adaga, matou Felipe. Pausânias tentou fugir, mas foi capturado e morto. 

(Informações extraídas da Leitura do Livro Alexandre, o Grande, de Philip Freeman, Editora Amarilys, páginas 59/61)

O MAIOR RISCO QUE UMA MEDIDA POLÍTICA PODE CORRER, SEGUNDO BISMARCK



FONTE: BISMARCK, UMA VIDA. AUTOR: JONATHAN STEINBERG, EDITORA AMARILYS, PÁGINA 134

Confederação Germânica - Deutscher Bund


A Confederação Germânica foi criada em 1815 (durante o Congresso de Viena). Era uma recriação da Confederação do Reno de Napoleão, com a Áustria no lugar da França como força diretriz (página 142). 

Era composta por 3 dezenas de Estados, com uma Assembleia em Frankfurt, na qual os Soberanos desses Estados se viam representados. O povo desses Estados não tinha representação alguma.

O Imperador Austríaco e o Rei da Prússia tinham um voto cada um. Três Estados membros eram governados por Monarcas Estrangeiros, os reis da Dinamarca, da Holanda e da Grã-Bretanha. Cada um deles tinha direito a um voto na Assembleia. Baviera, Saxônia, Wurttemberg, Hesse-Kassel, Baden e Hesse tinham direito a um voto cada. Outros vinte e três Estados dividiam entre si 5 votos. As quatro cidades livres de Hamburgo, Lubeck, Bremen e Frankfurt dividiam entre si um voto na Assembleia.
Tratava-se de uma Instituição de caráter permanente e nenhum de seus Estados-Membros tinha o direito de deixá-la.

Fonte: Informação extraída do LIVRO Bismarck, uma Vida, de Jonathan Steinberg, Editora Amarilys, páginas 142/143

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Imperialismo Europeu







FONTE: Ascensão e Queda do Impérios Globais, 1400-2000, John Darwin, edições 70, páginas 50/51

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Europa, a Luta pela Supremacia. Congresso de Viena, 1815




(Fonte: Europa, a Luta pela Supremacia, de Brendan Simms, Edições 70, ano de 2016)

Congresso de Viena - Europa - 1815. A Busca pelo Reequilíbrio Europeu

Para melhor visualização da imagem, clique sobre ela
 
(Fonte: "Europa, a Luta pela Supremacia, de 1453 aos nossos dias." Autor: Brendan Simms, Editora Edições 70, 2016)


segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

TRATADO DE VERDUN 843 Divisão do Império Carolíngio entre os Três netos de Carlos Magno

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FONTE:
"REINOS DESAPARECIDOS", uma história de uma Europa Esquecida, de Norman Davies, Edições 70, páginas 138/139

sábado, 24 de novembro de 2018

Padroeiro dos Assassinos Arrependidos


Gontrão, líder da Borgonha no século VI DC, foi um líder guerreiro numa época em que a Guerra era o estado normal do convívio entre as pessoas. 
Gontrão fundou um Reino Burgúndio distinto que existiu durante um século e meio, até a sua reabsorção por Carlos Martel. Alguns estudiosos situam esse Reino como um 3º Reino Burgúndio.
O reinado de Gontrão foi uma sucessão infindável de guerras, assassinatos, intrigas e traições. Seus exércitos lutaram em vários pontos da atual França.
(página 134).
O reino de Gontrão foi encerrado por Carlos Martel, o franco fundador da Dinastia Carolíngia. 
"Gontrão passou seus últimos dias de vida a jejuar, a rezar e a chorar. A sua capital era Cabilo (Chalon sur Saône), e lá foi sepultado, na Igreja de São Marcelo.

FONTE:

Reinos Desaparecidos, história de uma Europa quase esquecida. Norman Davies, Edições 70.

REINOS DESAPARECIDOS: 2º Reino Burgúndio Tratado de Verdum - Divisão do Império Carolíngio

Após a queda do 1º Reino Burgúndio, há uma dispersão dos membros desse reino pelo interior do Império Romano. 
Eles voltam a se reunir em torno do General Flávio Aécio numa guerra contra Átila, o rei do hunos. Os burgúndios ajudaram Aécio na vitória contra Átila, ocorrida no ano de 451, que ficou conhecida para a posteridade como a Batalha nos Campos Cataláunicos
Como retribuição, os burgúndios receberam de Roma uma área extensa, que atualmente compreende uma área composta pelas cidades de Dijon, Lyon, Basileia, Genebra, Saint Maurice, Besançon.

Ao sul, o Reino estendia-se até o estuário do Ródano, nas cidades de Avinhão e Arles:


Esse 2º Reino Burgúndio era vassalo do Império Romano. Sua capital ficava em Genebra. 
Seu fim chegou pelas mãos de outro povo Germânico, os Francos. 
Os Francos, em seu processo de expansão, conquistaram o Reino de Tolosa, já tratado nesse Blog, no início do século VI, durante a Batalha de Vouillé. Na sequência, os Francos conquistaram o 2º Reino Burgúndio (final do século VI). 
Os Burgúndios seriam vassalos dos Francos por 300 anos e estariam ligados ao destino do Império Carolíngio. 
No ano de 843 o Império Carolíngio foi dividido em três partes entre os netos de Carlos Magno. Lotário, o mais velho, ficou com o título de Imperador e com a Lotaríngia, um extenso território que abrangia do Mar do Norte até Roma, passando por Metz. Carlos, o Calvo, ficou com a Frância Ocidental (tornar-se-ia a França) e Luis ficou com a Frância Oriental (futura plataforma de lançamento da moderna Alemanha)
Quem estuda o Império Carolíngio deve ter em mente o Número 3, pois a sua história abrange três divisões. Além da já referida acima, houve mais duas divisões:
Houve a divisão informal da Lotaríngia em três áreas: A norte, uma área conhecida como Lorena, abrangendo do Mar do Norte até Metz. No centro, a parte que nos interessa, a Borgonha e a sul a Itália, até Roma.
A última e segunda divisão se deu numa das partes da Lotaríngia, a Borgonha, da seguinte forma:

1) Ducado da Borgonha: Troyes, Dijon, Chalon

2) Reino da Baixa Borgonha: Lyon, Arles e Avinhão


3) Reino da Alta Borgonha: Basileia, Saint Maurice, Genebra, Besançon.

Fonte: 

REINOS DESAPARECIDOS, História de uma Europa quase esquecida, de Norman Davies, Edições 70 (páginas 119/188)

Reinos Desaparecidos da Europa - Burgúndia - 1º Reino Burgúndio - Worms



Da mesma forma como as pessoas, Reinos  nascem, desenvolvem-se e morrem. Houve um povo de bárbaros cujo nome deu origem a vários nomes de Reinos e de Topônimos na Europa. Estamos falando de um povo germânico originário de uma ilha localizada no Báltico, que hoje pertence à Dinamarca. Trata-se da ilha de Bornholm. 



O povo referido é o Burgúndio, que deu origem ao nome Borgonha.
Os Burgúndios deslocavam-se muito. Assim como outras tribos bárbaras, iam em busca de terras que lhes proporcionassem meios de sobrevivência. Ali ficavam até que aquela terra não fosse mais capaz de lhes proporcionar sustento.
Os Burgúndios saíram da ilha de Bornholm e buscaram refúgio na região do Baixo Vístula no século I DC. Depois encaminharam-se para Oeste, passando pelos Rios Oder, Elba e Main. 
No século V DC, aproveitando-se da irrupção bárbara pelo Império Romano, atravessaram o Rio Reno e, na atual Worms, criaram um Reino, que viria a ser o primeiro Reino Burgúndio, sob a chefia do líder guerreiro GONDICÁRIO
A vida desse reino seria curta, pois os Romanos, sob a liderança do General Flávio Aécio, empreenderam lutas incessantes até que o Primeiro Reino Burgúndio fosse destruído.

Fonte:
(Reinos Desaparecidos, Norman Davies, Edições 70, páginas 119/188)

domingo, 18 de novembro de 2018

Ó Deus dos deleites sensuais


"Ó Deus dos deleites sensuais
Vós, minha única divindade,
Vinde, coroai minha fidelidade."

(Frederico II, o Grande. Rei da Prússia)
.
Fonte:
Retirado do Livro "Frederico, o Grande, Rei da Prússia, de Tim Blanning, Editora Amarilys, página 311


Frederico, o Grande. Tim Blanning. Editora Amarilys 2018


"QUEM SE SENTIR INFELIZ NESTE MUNDO, QUEM NÃO CONSEGUIR ENCONTRAR O QUE BUSCA - QUE ENTRE NO MUNDO DOS LIVROS, DA ARTE E DA NATUREZA, ESSE ETERNO DOMÍNIO QUE É SIMULTANEAMENTE ANTIGO E MODERNO, E VIVA ALI NESSA IGREJA SECRETA DE UM MUNDO MELHOR. ALI CERTAMENTE ENCONTRARÁ UM AMANTE E UM AMIGO, UMA PÁTRIA E UM DEUS."
.
FONTE:
(Poeta Romântico Novalis, pseudônimo de Georg Philipp Friedrich Von Hardenberg) 
Citação retirada do livro "Frederico, o Grande, O Rei da Prússia", de Tim Blanning, Editora Amarilys, páginas336/337)


domingo, 16 de setembro de 2018

Os últimos dias de Henrique VIII


Henrique VIII, famoso monarca Inglês, procurava uma mulher para casar. Um diplomata francês abordou Henrique IV para oferecer a ele conterrâneas suas. A conversa seguiu da seguinte forma:

"Sugeriram-se mais senhoras francesas núbeis, designadamente as sedutoras irmãs de Marie, Louise e Renée. Entre os seus vários encantos e motivos de atração, sabia-se que a rosada Louise era virgem. O embaixador francês Louis de Perreau, Sieur de Castillon, disse ao rei, com alguma lascívia: 'Levai-a! É uma donzela, tereis deste modo a vantagem de poder moldar a passagem à vossa medida.'

Fonte: Os Últimos Dias de Henrique VIII, de Robert Hutchinson, Editora Casa das Letras, página 20.


Coleção Vidas Extraordinárias. Ivan, O Terrível. Capítulo 2


Anotações extraídas da leitura do Capítulo 2

Uma Criança no Trono

Com a morte de Vasíli III em dezembro de 1533, em teoria, todo o poder estava concentrado nas mãos de uma criança ruiva que contava com 3 anos de idade. Essa criança, quando completasse a maioridade, tornar-se-ia IVAN IV, e ficaria conhecido como Ivan, O Terrível (Grozni).
Nessa época, o Principado de Moscóvia, embrião da atual Rússia, contava com oito milhões de habitantes, compreendendo um território que ia do Oceano Ártico a norte até as estepes meridionais, onde fazia fronteira com os Canatos habitados pelos tártaros, estes sendo remanescentes do grande conquistador Gengis Khan do século XIII.
A Oeste o Principado de Moscóvia fazia fronteira com o Grão-Ducado da Lituânia. E a Leste havia a fronteira com um outro Canato, o de Kazan.
A vida de Ivan IV no Kremlin, centro do Poder Russo, não seria fácil.
O maior perigo para um monarca russo residia em sua própria família, pois era nela que residia aqueles que poderiam sucedê-lo se algo de ruim lhe ocorresse.
Ivan IV tinha dois tios vivos, Andrei de Staritsa e Iuri de Dmitrov. Se algo viesse a ocorrer a Ivan IV, um de seus tios poderia assumir a coroa russa.
Sendo uma criança, Ivan IV reinava, mas sob a regência de sua mãe, Elena. 
Nessa época, o homem mais poderoso da Rússia era Mikhail Glinski. Era o governante de fato da Rússia.
Na Rússia de então, as intrigas palacianas, as conspirações, as traições, a inveja, a cobiça, a sede por poder eram intermináveis. Inocentes poderiam se ver acusados de estarem tramando golpes. 
Foi o que aconteceu com o Príncipe Iuri de Dmitrov, que se viu acusado de tramar contra seu sobrinho Ivan IV. Foi preso por isso e morreu na prisão.
A vida na corte russa era um perpétuo perigo.
O acusador e algoz de hoje poderia ser o acusado e a vítima de amanhã. Ninguém estava seguro.
Nesse sentido, o próprio homem poderoso daquela época, como acima referido, Mikhail Glinski, caiu em desgraça ao confrontar sua sobrinha, Elena, regente e mãe de Ivan IV, pelo fato desta ter uma amante.
Por confrontar sua sobrinha, Mikhail, outrora poderoso, foi preso e morreu na prisão.
O novo poderoso da vez era o amante de Elena, o príncipe Oblanski.
A próxima vítima foi um outro tio de Ivan IV, Andrei de Staritsa, igualmente acusado de conspirar contra seu sobrinho. Também seria preso e morreria na prisão.
Parecia que a Regência de Elena, com a proteção de seu amante, o Príncipe Oblanski, estava segura. Bastaria esperar o tempo passar até que Ivan IV atingisse a Maioridade e assumisse ele mesmo o poder total na Moscóvia.
Mas não era assim que as coisas aconteciam no Kremlin. A disputa pelo poder era interminável.
Em 3 de abril de 1538, Elena falece. Ela era ainda jovem e contava com boa saúde, de forma que houve a desconfiança de que tratou-se de um envenenamento.
Com a morte de Elena, seu amante, Oblanski, que tinha muitos inimigos, caiu em desgraça e foi mandado para a prisão.
O poder agora estava nas mãos do Príncipe Vasíli Chuski, que era membro do Conselho dos Boiardos, esfera de poder que servia como aconselhamento para os governantes russos. 
A família Chuski descendia de Grãos-Príncipes governantes de Nijni Novgorodo e Suzdal, que foram derrotados, no início do século XV, pelo grão-príncipe de Moscóvia.
A família Chuski nunca se conformou com a perda de status, de forma que sonhava em tomar o poder em Moscóvia. 
Príncipe Vasíli Chuski morre e assume o poder (função de Regente) seu irmão Ivan Chuski.
Com as mortes de uns, as prisões de outros, a ascensão ao poder de outros, a queda de outros, o jogo pelo poder russo é interminável. A disputa pelo poder não cessava, o ódio, a inveja, a cobiça não cessavam. 
O entra e sai de Regentes continuava: Sai Ivan Chuski, entra o Príncipe Ivan Belski. Ivan Chuski ainda voltaria depois.
No meio de tudo isso, vivia a criança que no futuro tornar-se-ia Ivan IV, o Terrível.
Vendo todas essas intrigas, golpes, mortes, prisões, contragolpes, estava uma criança, Ivan, o futuro Ivan IV, o Terrível, que desde cedo compreendeu tudo e levaria para a sua vida adulta esse aprendizado de como era perigosa a vida na Rússia, de como o Poder, por maior que fosse, podia escapar das mãos de quem o detinha. 
Esse mundo não comportava gente boazinha.


Fonte: Coleção Vidas Extraordinárias. Ivan, O Terrível. Autores: Nikita Romanoff e Robert Payne. 
Editora Nova Fronteira, páginas 22/40.