Reino localizado no norte da Grã-Bretanha, atual Dumbarton, no estuário do Rio Clyde.
Dumbarton extraído do gaélico Dun Breteann (Forte dos Bretões) - página 68.
O Reino do Rochedo viveu durante a denominada "Idade das Trevas", período compreendido entre a saída dos Romanos da Grã-Bretanha e a chegada dos anglo-saxões e vikings - séculos V,VI,VII,VIII e IX. Localizava-se numa área denominada Intervallum, que ficava compreendida entre as muralhas romanas de Antonino e de Adriano (velho norte da Grã-Bretanha)
A Grã-Bretanha sempre foi uma ilha cobiçada. Além dos Romanos, anglo-saxões, gaels irlandases e vikings invadiram-na.
Os Bretões, seus habitantes originais, acabaram por se tornar estrangeiros em suas próprias terras, sendo chamados de walchaz pelos invasores alemães anglos-saxões, daí a derivação para Wales, no atual País de Gales, um dos últimos redutos dos bretões.
Os Bretões dominavam a ilha (Grã-Bretanha) antes da chegada dos Romanos.
Com o fim da Britânia Romana, no século V, e com a chegada da tribos germânicas (anglo-saxões), os bretões resistiram em alguns lugares da ilha: Cornualha; Gales (Wales) e Reino do Rochedo.
O livro em destaque nesse post trata especificamente do Reino do Rochedo, atual Dumbarton.
O Reino do Rochedo foi apenas um de vários reinos que surgiram na Grã-Bretanha após a saída dos romanos no ano de 410 dC. Eram constituídos por um chefe de guerra que se destacava militarmente de modo a conquistar terras e submeter as pessoas que ali viviam. Formalmente não se poderia falar em Reino e nem que houvesse um Rei Coroado, ungido por Deus. Os homens que mandavam nessas terras, após a saída dos Romanos, eram chefes de guerra, homens que se destacavam pelo comando e pelo sucesso em submeter outros homens à sua vontade, por meio da força bruta, por meio da espada.
"Dux Bellorum" = Chefe de Guerra.
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"É óbvio que o termo , tal como é usado nas fontes e pelos historiadores, denota um título algo presunçoso. Estes governantes não eram monarcas coroados, mas chefes de bandos de guerra que impunham a sua vontade e cobravam tributos. As oscilações na sua posição eram ditadas pelo número de povoações das quais conseguiam extrair tributos." (página 77)
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Era uma época onde a guerra fazia parte do dia a dia das pessoas. O guerreiro era o herói da época, homenageado em escritos:
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"Ele levantou-se de manhã cedo
Quando os centuriões se apressam a reunir o exército,
E deslocou-se de uma posição avançada para outra.
À frente de cem homens, foi o primeiro a matar.
A sua sede de cadáves
era tão grande quanto a de hidromel e vinho.
Com um ódio absoluto,
O Senhor de Dumbarton, o guerreiro risonho,
Matava os inimigos."
(página 88)
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Durante sua existência, o Reino do Rochedo lutou contra a invasão das tribos germânicas, como por exemplo os Anglos.
Bretões do Reino do Rochedo e de outros reinos vizinhos e Anglos travaram as batalhas de Catraeth e Nechtansmere.
Até seu desaparecimento, o Reino do Rochedo ainda viria a sofrer com as invasões dos Vikings e com o Reino de Alba, atual Escócia.
Os remanescentes bretões do Reino do Rochedo, diante de tantas vicissitudes, buscaram refúgio na área que hoje compreende o Reino de Gales (Wales).
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"O desaparece . Dun Breteann, o Forte dos Bretões, some por completo do registro histórico entre 944 e a Baixa Idade Média." (página 111)
Fonte de Pesquisa: "Reinos Desaparecidos, história de uma Europa quase esquecida, de Norman Davies, Edições 70.