sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A Mulher na Rússia Czarista nos séculos XVI e XVII


Na Rússia da época do Czar Aleixo, pai de Pedro, o Grande, a mulher era vista como sendo uma criança tola, indefesa, intelectualmente vazia, moralmente irresponsável e, diante da menor chance, entusiasticamente promíscua. Antes de casar, a mulher pertencia ao seu pai. Ao casar-se, a mulher passava a ser propriedade do marido. Durante a cerimônia de casamento, essa mudança de proprietário era encenada com a entrega pelo pai de um chicote para o noivo. O chicote serviria para admoestar a esposa caso ela cometesse alguma falta. Havia na Rússia dessa época um Código de Conduta da Casa, escrito em 1556 por um Monge. Esse código permitia que o marido usasse o chicote para repreender sua esposa. Um homem quando punia sua esposa por alguma falta dela agia da seguinte forma: Amarrava sua mulher pelos cabelos e a chicoteava, estando ela nua. Se a mulher morresse em razão dos maus tratos, o homem poderia se casar outra vez. Se a mulher reagisse, matando seu marido, ela seria condenada a ser enterrada viva, mantendo-se apenas sua cabeça de fora, aguardando pela sua morte. O destino de uma mulher na Rússia ainda podia ser o convento, mesmo que ela não tivesse vocação religiosa. Ela poderia ser obrigada a entrar num convento caso seu marido quisesse livrar-se dela para se casar com outra. Ao entrar num Convento, a mulher era considerada "morta pelo mundo", de forma que seu marido poderia casar-se com outra. Havia ainda um outro perigo para as mulheres: parentes poderiam mandá-las para Conventos, de forma a se livrar da necessidade de arcar com o dote ou tirá-la da repartição da herança. As mulheres, parentes do Czar, como suas irmãs e filhas, não tinham um destino melhor. Filhas e irmãs do Czar, as denominadas Czarevnas, ficavam reclusas, não podiam casar, devendo passar a sua vida em anônima reclusão, apartadas do mundo exterior, num local denominado TEREM. 
(Fonte: Pedro, o Grande, Sua Vida e seu Mundo, Robert K. Massie, Editora Amarilys, páginas 36,37,38, 39, 40 e 41)

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