segunda-feira, 25 de março de 2019

Regime Nazista e o Fanatismo



Durante o Regime Nazista, o vocábulo "Fanático" passa a ser um elogio. 

"O termo "fanático" tornou-se característica positiva. De repente passou a conotar o que o filólogo Victor Klemperer, judeu que morava em Berlim, descreveu como 'feliz mistura de coragem e fervorosa devoção.' Os jornais controlados pelos nazistas noticiavam uma interminável sucessão de juramentos fanáticos, declarações fanáticas e crenças fanáticas - tudo coisa boa. Goring era descrito como amante fanático dos animais: fanatischer tierfreund" (página 139)

Fonte: No Jardim das Feras, intriga e sedução na Alemanha de Hitler. Autor: Erik Larson, editora intrínseca, página 139

Lebensraum Espaço Vital



A Política Internacional caracteriza-se pela Luta por Espaço. O Espaço é o sustentáculo do Poder Político. 
Pensando dessa forma, Adolf Hitler dizia que a Alemanha tendia à insignificância, tendo em conta a comparação do tamanho de seu território com o de outros países e impérios (URSS, China, EUA, Império Britânico, Império Francês). A solução de Hitler era a seguinte: A Alemanha teria que adquirir territórios no leste. O Leste (URSS,Polônia) seria o Lebensraum da Alemanha, seria o seu espaço vital, dentro do qual pretendia-se diminuir a desproporção entre a população alemã e o seu território. 
Hitler seguia dizendo que para a aquisição desse território seria necessário a união do Volk, num processo de reafirmação nacional, no qual o elemento daninho, o judeu, deveria ser extirpado. O Judeu era visto por Hitler como aquele que confundia e corrompia o Volk (povo alemão), sendo uma ameaça à pureza da raça e também como o autor de uma conspiração internacional plutocrática e comunista contra a Alemanha.

(Informações extraídas da Leitura do Livro Europa, a Luta pela Supremacia, de 1453 aos Nossos Dias, Brendan Simms, Edições 70, páginas 404/405)

Realpolitik


Há traduções de Realpolitik como "política prática" ou "política do realismo". Mas segundo Jonathan Steinberg, o verdadeiro sentido de Realpolitik é extraído da leitura das cartas escritas por Otto Von Bismarck ao General Leopold Von Gerlach, no ano de 1857. "REALPOLITIK é fazer o que funciona e o que serve aos seus interesses."
As cartas de 1857 discutiam a forma pela qual a Prússia deveria tratar Napoleão III.
Leopold Von Gerlach tinha como princípio político a luta contra a Revolução. Pare ele, Napoleão III era a personificação da Revolução, de forma que a política externa prussiana deveria combatê-lo, não podendo haver qualquer contemporização. Para Leopold Von Gerlach, portanto, a política deve se apoiar em princípios e com base neles as alianças e os acordos devem ser feitos.
Otto Von Bismarck também se reconhece como um defensor do princípio que combate a revolução, mas procura mitigar sua posição, dizendo Napoleão III não é o único revolucionário existente, acrescentando que outros países têm suas raízes em processos revolucionários. Dá o exemplo da Grã-Bretanha com a sua revolução Gloriosa. Enfim, Bismarck irá se reunir com qualquer país que, revolucionário ou não, atenda aos ditames de sua Realpolitik: que a aliança funcionasse para a Prússia e que servisse aos interesses da Prússia. 



(Anotações Extraída da leitura do Livro Bismarck, uma vida, de Jonathan Steinberg, Editora Amarilys, página 166/168)


sábado, 16 de março de 2019

Morte de Felipe da Macedônia, resultado da Fúria de um Amante Desprezado


O Homem que assassinou Felipe da Macedônia, pai de Alexandre, o Grande, atendia pelo nome de Pausânias
Pausânias vinha de uma família de nobres macedônios. Ele foi recebido na Corte Real como Pajem e logo caiu nas graças de Felipe em razão de sua beleza.
Mas conforme o tempo passava, Felipe perdeu o interesse por seu jovem amante Pausânias e voltou sua atenção para outro belo membro de sua Corte, cujo nome, coincidentemente, também era Pausânias
O primeiro Pausânias ficou louco de ciúmes e lançou uma campanha difamatória contra o seu rival homônimo, rotulando-o de covarde, vadio e hermafrodita. O segundo Pausânias, contudo, era um corajoso soldado que não iria suportar um ataque contra a sua honra. Para provar o seu valor, o segundo Pausânias se aproveitou de um combate contra os Ilírios para provar a sua coragem, jogando-se numa luta sangrenta, ao custo de sua própria vida.
Um amigo do segundo Pausânias, um General importante do exército de Felipe, de nome Átalo, ao tomar conhecimento da difamação direcionada ao seu amigo e, ao saber de sua morte, resolveu agir contra o primeiro Pausânias. De forma que armou um encontro com ele, o embriagou e, aproveitando-se de seu estado de embriaguez, o sodomizou e fez com que os seus servos fizessem o mesmo.
No dia seguinte, Pausânias, desmoralizado, ridicularizado por todos, buscou justiça. Felipe lhe negou qualquer reparação, pois não poderia agir contra o seu General. Mas Felipe, para apaziguá-lo, fez de seu ex-amante membro de sua guarda pessoal.
Mas Pausânias não seria facilmente apaziguado. Ele continuava sendo alvo de chacotas e zombarias e ainda tinha que ver o seu algoz, o General Átalo, em glória, indo à Ásia Menor, para uma campanha militar grandiosa. Para esquecer seus problemas, Pausânias passou a frequentar as palestras do sofista grego Hermocrátes. Numa dessas palestras, Hermocrátes disse que a forma pela qual se atinge a Glória Imortal é pelo assassinato de um homem importante.
Era tudo o que Pausânias precisava ouvir. Átalo, seu algoz, estava na Ásia, fora de seu alcance, mas Felipe, seu antigo amante e homem que lhe negara justiça, estava ao alcance de suas mãos.
Foi assim então que Pausânias decidiu matar Felipe da Macedônia. No teatro da Colina de Vergina, coração da Macedônia, Pausânias, com uma Adaga, matou Felipe. Pausânias tentou fugir, mas foi capturado e morto. 

(Informações extraídas da Leitura do Livro Alexandre, o Grande, de Philip Freeman, Editora Amarilys, páginas 59/61)

O MAIOR RISCO QUE UMA MEDIDA POLÍTICA PODE CORRER, SEGUNDO BISMARCK



FONTE: BISMARCK, UMA VIDA. AUTOR: JONATHAN STEINBERG, EDITORA AMARILYS, PÁGINA 134

Confederação Germânica - Deutscher Bund


A Confederação Germânica foi criada em 1815 (durante o Congresso de Viena). Era uma recriação da Confederação do Reno de Napoleão, com a Áustria no lugar da França como força diretriz (página 142). 

Era composta por 3 dezenas de Estados, com uma Assembleia em Frankfurt, na qual os Soberanos desses Estados se viam representados. O povo desses Estados não tinha representação alguma.

O Imperador Austríaco e o Rei da Prússia tinham um voto cada um. Três Estados membros eram governados por Monarcas Estrangeiros, os reis da Dinamarca, da Holanda e da Grã-Bretanha. Cada um deles tinha direito a um voto na Assembleia. Baviera, Saxônia, Wurttemberg, Hesse-Kassel, Baden e Hesse tinham direito a um voto cada. Outros vinte e três Estados dividiam entre si 5 votos. As quatro cidades livres de Hamburgo, Lubeck, Bremen e Frankfurt dividiam entre si um voto na Assembleia.
Tratava-se de uma Instituição de caráter permanente e nenhum de seus Estados-Membros tinha o direito de deixá-la.

Fonte: Informação extraída do LIVRO Bismarck, uma Vida, de Jonathan Steinberg, Editora Amarilys, páginas 142/143

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Imperialismo Europeu







FONTE: Ascensão e Queda do Impérios Globais, 1400-2000, John Darwin, edições 70, páginas 50/51

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Europa, a Luta pela Supremacia. Congresso de Viena, 1815




(Fonte: Europa, a Luta pela Supremacia, de Brendan Simms, Edições 70, ano de 2016)

Congresso de Viena - Europa - 1815. A Busca pelo Reequilíbrio Europeu

Para melhor visualização da imagem, clique sobre ela
 
(Fonte: "Europa, a Luta pela Supremacia, de 1453 aos nossos dias." Autor: Brendan Simms, Editora Edições 70, 2016)


segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

TRATADO DE VERDUN 843 Divisão do Império Carolíngio entre os Três netos de Carlos Magno

CLIQUE NA IMAGEM ACIMA PARA MELHOR VISUALIZAÇÃO

FONTE:
"REINOS DESAPARECIDOS", uma história de uma Europa Esquecida, de Norman Davies, Edições 70, páginas 138/139

sábado, 24 de novembro de 2018

Padroeiro dos Assassinos Arrependidos


Gontrão, líder da Borgonha no século VI DC, foi um líder guerreiro numa época em que a Guerra era o estado normal do convívio entre as pessoas. 
Gontrão fundou um Reino Burgúndio distinto que existiu durante um século e meio, até a sua reabsorção por Carlos Martel. Alguns estudiosos situam esse Reino como um 3º Reino Burgúndio.
O reinado de Gontrão foi uma sucessão infindável de guerras, assassinatos, intrigas e traições. Seus exércitos lutaram em vários pontos da atual França.
(página 134).
O reino de Gontrão foi encerrado por Carlos Martel, o franco fundador da Dinastia Carolíngia. 
"Gontrão passou seus últimos dias de vida a jejuar, a rezar e a chorar. A sua capital era Cabilo (Chalon sur Saône), e lá foi sepultado, na Igreja de São Marcelo.

FONTE:

Reinos Desaparecidos, história de uma Europa quase esquecida. Norman Davies, Edições 70.

REINOS DESAPARECIDOS: 2º Reino Burgúndio Tratado de Verdum - Divisão do Império Carolíngio

Após a queda do 1º Reino Burgúndio, há uma dispersão dos membros desse reino pelo interior do Império Romano. 
Eles voltam a se reunir em torno do General Flávio Aécio numa guerra contra Átila, o rei do hunos. Os burgúndios ajudaram Aécio na vitória contra Átila, ocorrida no ano de 451, que ficou conhecida para a posteridade como a Batalha nos Campos Cataláunicos
Como retribuição, os burgúndios receberam de Roma uma área extensa, que atualmente compreende uma área composta pelas cidades de Dijon, Lyon, Basileia, Genebra, Saint Maurice, Besançon.

Ao sul, o Reino estendia-se até o estuário do Ródano, nas cidades de Avinhão e Arles:


Esse 2º Reino Burgúndio era vassalo do Império Romano. Sua capital ficava em Genebra. 
Seu fim chegou pelas mãos de outro povo Germânico, os Francos. 
Os Francos, em seu processo de expansão, conquistaram o Reino de Tolosa, já tratado nesse Blog, no início do século VI, durante a Batalha de Vouillé. Na sequência, os Francos conquistaram o 2º Reino Burgúndio (final do século VI). 
Os Burgúndios seriam vassalos dos Francos por 300 anos e estariam ligados ao destino do Império Carolíngio. 
No ano de 843 o Império Carolíngio foi dividido em três partes entre os netos de Carlos Magno. Lotário, o mais velho, ficou com o título de Imperador e com a Lotaríngia, um extenso território que abrangia do Mar do Norte até Roma, passando por Metz. Carlos, o Calvo, ficou com a Frância Ocidental (tornar-se-ia a França) e Luis ficou com a Frância Oriental (futura plataforma de lançamento da moderna Alemanha)
Quem estuda o Império Carolíngio deve ter em mente o Número 3, pois a sua história abrange três divisões. Além da já referida acima, houve mais duas divisões:
Houve a divisão informal da Lotaríngia em três áreas: A norte, uma área conhecida como Lorena, abrangendo do Mar do Norte até Metz. No centro, a parte que nos interessa, a Borgonha e a sul a Itália, até Roma.
A última e segunda divisão se deu numa das partes da Lotaríngia, a Borgonha, da seguinte forma:

1) Ducado da Borgonha: Troyes, Dijon, Chalon

2) Reino da Baixa Borgonha: Lyon, Arles e Avinhão


3) Reino da Alta Borgonha: Basileia, Saint Maurice, Genebra, Besançon.

Fonte: 

REINOS DESAPARECIDOS, História de uma Europa quase esquecida, de Norman Davies, Edições 70 (páginas 119/188)

Reinos Desaparecidos da Europa - Burgúndia - 1º Reino Burgúndio - Worms



Da mesma forma como as pessoas, Reinos  nascem, desenvolvem-se e morrem. Houve um povo de bárbaros cujo nome deu origem a vários nomes de Reinos e de Topônimos na Europa. Estamos falando de um povo germânico originário de uma ilha localizada no Báltico, que hoje pertence à Dinamarca. Trata-se da ilha de Bornholm. 



O povo referido é o Burgúndio, que deu origem ao nome Borgonha.
Os Burgúndios deslocavam-se muito. Assim como outras tribos bárbaras, iam em busca de terras que lhes proporcionassem meios de sobrevivência. Ali ficavam até que aquela terra não fosse mais capaz de lhes proporcionar sustento.
Os Burgúndios saíram da ilha de Bornholm e buscaram refúgio na região do Baixo Vístula no século I DC. Depois encaminharam-se para Oeste, passando pelos Rios Oder, Elba e Main. 
No século V DC, aproveitando-se da irrupção bárbara pelo Império Romano, atravessaram o Rio Reno e, na atual Worms, criaram um Reino, que viria a ser o primeiro Reino Burgúndio, sob a chefia do líder guerreiro GONDICÁRIO
A vida desse reino seria curta, pois os Romanos, sob a liderança do General Flávio Aécio, empreenderam lutas incessantes até que o Primeiro Reino Burgúndio fosse destruído.

Fonte:
(Reinos Desaparecidos, Norman Davies, Edições 70, páginas 119/188)

domingo, 18 de novembro de 2018

Ó Deus dos deleites sensuais


"Ó Deus dos deleites sensuais
Vós, minha única divindade,
Vinde, coroai minha fidelidade."

(Frederico II, o Grande. Rei da Prússia)
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Fonte:
Retirado do Livro "Frederico, o Grande, Rei da Prússia, de Tim Blanning, Editora Amarilys, página 311


Frederico, o Grande. Tim Blanning. Editora Amarilys 2018


"QUEM SE SENTIR INFELIZ NESTE MUNDO, QUEM NÃO CONSEGUIR ENCONTRAR O QUE BUSCA - QUE ENTRE NO MUNDO DOS LIVROS, DA ARTE E DA NATUREZA, ESSE ETERNO DOMÍNIO QUE É SIMULTANEAMENTE ANTIGO E MODERNO, E VIVA ALI NESSA IGREJA SECRETA DE UM MUNDO MELHOR. ALI CERTAMENTE ENCONTRARÁ UM AMANTE E UM AMIGO, UMA PÁTRIA E UM DEUS."
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FONTE:
(Poeta Romântico Novalis, pseudônimo de Georg Philipp Friedrich Von Hardenberg) 
Citação retirada do livro "Frederico, o Grande, O Rei da Prússia", de Tim Blanning, Editora Amarilys, páginas336/337)


domingo, 16 de setembro de 2018

Os últimos dias de Henrique VIII


Henrique VIII, famoso monarca Inglês, procurava uma mulher para casar. Um diplomata francês abordou Henrique IV para oferecer a ele conterrâneas suas. A conversa seguiu da seguinte forma:

"Sugeriram-se mais senhoras francesas núbeis, designadamente as sedutoras irmãs de Marie, Louise e Renée. Entre os seus vários encantos e motivos de atração, sabia-se que a rosada Louise era virgem. O embaixador francês Louis de Perreau, Sieur de Castillon, disse ao rei, com alguma lascívia: 'Levai-a! É uma donzela, tereis deste modo a vantagem de poder moldar a passagem à vossa medida.'

Fonte: Os Últimos Dias de Henrique VIII, de Robert Hutchinson, Editora Casa das Letras, página 20.


Coleção Vidas Extraordinárias. Ivan, O Terrível. Capítulo 2


Anotações extraídas da leitura do Capítulo 2

Uma Criança no Trono

Com a morte de Vasíli III em dezembro de 1533, em teoria, todo o poder estava concentrado nas mãos de uma criança ruiva que contava com 3 anos de idade. Essa criança, quando completasse a maioridade, tornar-se-ia IVAN IV, e ficaria conhecido como Ivan, O Terrível (Grozni).
Nessa época, o Principado de Moscóvia, embrião da atual Rússia, contava com oito milhões de habitantes, compreendendo um território que ia do Oceano Ártico a norte até as estepes meridionais, onde fazia fronteira com os Canatos habitados pelos tártaros, estes sendo remanescentes do grande conquistador Gengis Khan do século XIII.
A Oeste o Principado de Moscóvia fazia fronteira com o Grão-Ducado da Lituânia. E a Leste havia a fronteira com um outro Canato, o de Kazan.
A vida de Ivan IV no Kremlin, centro do Poder Russo, não seria fácil.
O maior perigo para um monarca russo residia em sua própria família, pois era nela que residia aqueles que poderiam sucedê-lo se algo de ruim lhe ocorresse.
Ivan IV tinha dois tios vivos, Andrei de Staritsa e Iuri de Dmitrov. Se algo viesse a ocorrer a Ivan IV, um de seus tios poderia assumir a coroa russa.
Sendo uma criança, Ivan IV reinava, mas sob a regência de sua mãe, Elena. 
Nessa época, o homem mais poderoso da Rússia era Mikhail Glinski. Era o governante de fato da Rússia.
Na Rússia de então, as intrigas palacianas, as conspirações, as traições, a inveja, a cobiça, a sede por poder eram intermináveis. Inocentes poderiam se ver acusados de estarem tramando golpes. 
Foi o que aconteceu com o Príncipe Iuri de Dmitrov, que se viu acusado de tramar contra seu sobrinho Ivan IV. Foi preso por isso e morreu na prisão.
A vida na corte russa era um perpétuo perigo.
O acusador e algoz de hoje poderia ser o acusado e a vítima de amanhã. Ninguém estava seguro.
Nesse sentido, o próprio homem poderoso daquela época, como acima referido, Mikhail Glinski, caiu em desgraça ao confrontar sua sobrinha, Elena, regente e mãe de Ivan IV, pelo fato desta ter uma amante.
Por confrontar sua sobrinha, Mikhail, outrora poderoso, foi preso e morreu na prisão.
O novo poderoso da vez era o amante de Elena, o príncipe Oblanski.
A próxima vítima foi um outro tio de Ivan IV, Andrei de Staritsa, igualmente acusado de conspirar contra seu sobrinho. Também seria preso e morreria na prisão.
Parecia que a Regência de Elena, com a proteção de seu amante, o Príncipe Oblanski, estava segura. Bastaria esperar o tempo passar até que Ivan IV atingisse a Maioridade e assumisse ele mesmo o poder total na Moscóvia.
Mas não era assim que as coisas aconteciam no Kremlin. A disputa pelo poder era interminável.
Em 3 de abril de 1538, Elena falece. Ela era ainda jovem e contava com boa saúde, de forma que houve a desconfiança de que tratou-se de um envenenamento.
Com a morte de Elena, seu amante, Oblanski, que tinha muitos inimigos, caiu em desgraça e foi mandado para a prisão.
O poder agora estava nas mãos do Príncipe Vasíli Chuski, que era membro do Conselho dos Boiardos, esfera de poder que servia como aconselhamento para os governantes russos. 
A família Chuski descendia de Grãos-Príncipes governantes de Nijni Novgorodo e Suzdal, que foram derrotados, no início do século XV, pelo grão-príncipe de Moscóvia.
A família Chuski nunca se conformou com a perda de status, de forma que sonhava em tomar o poder em Moscóvia. 
Príncipe Vasíli Chuski morre e assume o poder (função de Regente) seu irmão Ivan Chuski.
Com as mortes de uns, as prisões de outros, a ascensão ao poder de outros, a queda de outros, o jogo pelo poder russo é interminável. A disputa pelo poder não cessava, o ódio, a inveja, a cobiça não cessavam. 
O entra e sai de Regentes continuava: Sai Ivan Chuski, entra o Príncipe Ivan Belski. Ivan Chuski ainda voltaria depois.
No meio de tudo isso, vivia a criança que no futuro tornar-se-ia Ivan IV, o Terrível.
Vendo todas essas intrigas, golpes, mortes, prisões, contragolpes, estava uma criança, Ivan, o futuro Ivan IV, o Terrível, que desde cedo compreendeu tudo e levaria para a sua vida adulta esse aprendizado de como era perigosa a vida na Rússia, de como o Poder, por maior que fosse, podia escapar das mãos de quem o detinha. 
Esse mundo não comportava gente boazinha.


Fonte: Coleção Vidas Extraordinárias. Ivan, O Terrível. Autores: Nikita Romanoff e Robert Payne. 
Editora Nova Fronteira, páginas 22/40.


Coleção Vidas Extraordinárias: Ivan, o Terrível - Capítulo 1


Anotações extraídas do Capítulo 1

Ivan IV, que viria a ser conhecido como Ivan, o Terrível, era filho do Grão-Príncipe Vasíli III, soberano do Principado de Moscóvia, embrião da atual Rússia. 
A ascendência de Ivan IV remonta a Rurik/Riúrik, uma figura lendária que é considerado o pai do Estado Russo.
A avó paterna de Ivan IV era Sofia Paleologina, descendente de Imperadores Bizantinos.
O Grão-Príncipe Vasíli III era visto como o canal por meio do qual a vontade de Deus era comunicada às pessoas. 
Diziam os Moscovitas que a Vontade de Vasíli III era a Vontade de Deus, de forma que seu poder era absoluto. Era um autocrata.
Na Rússia de Vasíli III, início do século XVI, os pobres sofriam de forma atroz, os ricos eram muito ricos e uma classe média despontava e vivia com conforto.
O herdeiro de Vasíli, Ivan IV, nasce em agosto de 1530. Sua mãe era Elena, proveniente de uma família de nobres russos.
Ivan IV foi assim chamado em homenagem a São João Batista (Ivan é o equivalente russo de João).
Vasíli III morreu em 3 de dezembro de 1533. 
Vasíli III passa seu reino ao seu filho Ivan IV, que por ser jovem demais, reinaria sob a regência de sua mãe Elena.

Fonte:
Coleção Vidas Extraordinárias. Ivan, O Terrível. Autores: Nikita Romanoff e Robert Payne. 
Editora Nova Fronteira, página 9/26.


terça-feira, 4 de setembro de 2018

Reino Do Rochedo Dumbarton Alt Clud


Reino localizado no norte da Grã-Bretanha, atual Dumbarton, no estuário do Rio Clyde.
Dumbarton extraído do gaélico Dun Breteann (Forte dos Bretões) - página 68.
O Reino do Rochedo viveu durante a denominada "Idade das Trevas", período compreendido entre a saída dos Romanos da Grã-Bretanha e a chegada dos anglo-saxões e vikings - séculos V,VI,VII,VIII e IX. Localizava-se numa área denominada Intervallum, que ficava compreendida entre as muralhas romanas de Antonino e de Adriano (velho norte da Grã-Bretanha)

A Grã-Bretanha sempre foi uma ilha cobiçada. Além dos Romanos, anglo-saxões, gaels irlandases e vikings invadiram-na.
Os Bretões, seus habitantes originais, acabaram por se tornar estrangeiros em suas próprias terras, sendo chamados de walchaz pelos invasores alemães anglos-saxões, daí a derivação para Wales, no atual País de Gales, um dos últimos redutos dos bretões.
Os Bretões dominavam a ilha (Grã-Bretanha) antes da chegada dos Romanos. 
Com o fim da Britânia Romana, no século V, e com a chegada da tribos germânicas (anglo-saxões), os bretões resistiram em alguns lugares da ilha: Cornualha; Gales (Wales) e Reino do Rochedo.
O livro em destaque nesse post trata especificamente do Reino do Rochedo, atual Dumbarton.
O Reino do Rochedo foi apenas um de vários reinos que surgiram na Grã-Bretanha após a saída dos romanos no ano de 410 dC. Eram constituídos por um chefe de guerra que se destacava militarmente de modo a conquistar terras e submeter as pessoas que ali viviam. Formalmente não se poderia falar em Reino e nem que houvesse um Rei Coroado, ungido por Deus. Os homens que mandavam nessas terras, após a saída dos Romanos, eram chefes de guerra, homens que se destacavam pelo comando e pelo sucesso em submeter outros homens à sua vontade, por meio da força bruta, por meio da espada.
"Dux Bellorum" = Chefe de Guerra.
.
"É óbvio que o termo , tal como é usado nas fontes e pelos historiadores, denota um título algo presunçoso. Estes governantes não eram monarcas coroados, mas chefes de bandos de guerra que impunham a sua vontade e cobravam tributos. As oscilações na sua posição eram ditadas pelo número de povoações das quais conseguiam extrair tributos." (página 77)
.
Era uma época onde a guerra fazia parte do dia a dia das pessoas. O guerreiro era o herói da época, homenageado em escritos:
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"Ele levantou-se de manhã cedo
Quando os centuriões se apressam a reunir o exército,
E deslocou-se de uma posição avançada para outra.
À frente de cem homens, foi o primeiro a matar.
A sua sede de cadáves
era tão grande quanto a de hidromel e vinho.
Com um ódio absoluto,
O Senhor de Dumbarton, o guerreiro risonho,
Matava os inimigos."
(página 88)
.
Durante sua existência, o Reino do Rochedo lutou contra a invasão das tribos germânicas, como por exemplo os Anglos.
Bretões do Reino do Rochedo e de outros reinos vizinhos e Anglos travaram as batalhas de Catraeth e Nechtansmere.
Até seu desaparecimento, o Reino do Rochedo ainda viria a sofrer com as invasões dos Vikings e com o Reino de Alba, atual Escócia.
Os remanescentes bretões do Reino do Rochedo, diante de tantas vicissitudes, buscaram refúgio na área que hoje compreende o Reino de Gales (Wales).
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"O desaparece . Dun Breteann, o Forte dos Bretões, some por completo do registro histórico entre 944 e a Baixa Idade Média." (página 111)


Fonte de Pesquisa: "Reinos Desaparecidos, história de uma Europa quase esquecida, de Norman Davies, Edições 70.

NASCIMENTO DA URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas



Em fevereiro de 1917, um movimento revolucionário acarretou a abdicação do Czar Nicolau II, governante do Império Russo. Um governo provisório foi formado. Em 7 de novembro de 1917, um golpe de estado encabeçado pelos bolcheviques, sob a liderança de Vladimir Lênin, sob o lema "Pão, Terra e Paz", derruba o governo provisório liderado pelo menchevique Alexander Kerensky. 

Em março de 1918, em Brest-Litovsk, a Rússia bolchevique estabeleceu um acordo com os alemães para encerrar a guerra no Leste europeu. Lênin teve que ceder territórios russos para conseguir a paz com os alemães, mas isso para ele não era um problema pois acreditava que a revolução comunista sob seu comando iria se expandir pela Europa, de forma que as fronteiras entre os Estados seriam coisas do passado. Lênin acreditava que a união dos Proletários europeus derrubaria as fronteiras nacionais, resultando na formação de uma sociedade fraternal.

Ao mesmo tempo que negociava a paz com os alemães, Lênin, com a ajuda de Trotski e de seu Exército Vermelho, combatia uma guerra civil contra aqueles que queriam a volta do Czar Nicolau ao poder. Na concepção de Lênin, o Exército Vermelho tinha três missões:

a) Manter íntegro o núcleo território russo, expulsando dele aqueles que lutavam pela volta do Czar Nicolau II
b) Tentar recuperar para a Rússia Estados Nacionais que, se aproveitando da Guerra Civil, buscavam sua independência (Estados Bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia; Polônia e Finlândia).
c) Superados os dois obstáculos anteriores, avançar pela Europa, de forma a espalhar a Revolução do Proletariado.

O Exército Vermelho foi parcialmente bem sucedido. Conseguiu manter intacto o núcleo formador do território russo (Bielorrússia, Ucrânia, Sibéria, Ásia Central). Por outro lado, não conseguiu impedir a independência dos países bálticos, da Polônia e da Finlândia e também não conseguiu exportar a Revolução Comunista para o resto da Europa, sendo derrotado pelos poloneses de Josef Pilsudski no verão de 1920. 

Diante desses reveses enfrentados pelo Exército Vermelho, Lênin teve que abandonar temporariamente seu ideal internacionalista de expandir a Revolução Comunista para fora da Rússia.

A partir de 1922, problemas de saúde. impossibilitaram Lênin de governar, substituindo-o no poder Josef Stalin.

Stalin abandonou de vez a ideia de expandir a Revolução Comunista, adotando o lema do socialismo num só país. Stalin queria, antes de qualquer coisa, fortalecer seu próprio poder, fortalecer a Rússia economicamente e militarmente, de forma a poder, no futuro, enfrentar, em igualdade de condições, as potências capitalistas.

Nesse contexto de fortalecimento interno, no dia 1º de janeiro de 1924, nasceu a URSS (CCCP em alfabeto cirílico), União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A URSS englobava vários estados nacionais nominalmente autônomos, entre eles o mais importantes deles, a República Socialista Federada Soviética da Rússia (R.S.F.S.R) .

Acima dessas organizações estatais, uma nacional, a URSS, e as restantes de caráter local, representadas por vários estados nacionais, pairava o Partido Comunista da União (V.K.P), detentor da palavra final sobre todos os assuntos, sob o comando do Secretário-Geral do Partido, Josef Stalin. 

O V.K.P., Partido Comunista da União, sob o comando de Stalin, detinha um poder absoluto, que pairava sobre uma entidade estatal de abrangência nacional, a URSS e sobre as várias repúblicas nacionais nominalmente autônomas. Tratava-se da Adoção do Estado Partidário, onde as organizações estatais de âmbito nacional ou local subordinavam-se a um Partido Político.
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Fonte: Anotações extraídas da leitura do Livro Reinos Desaparecidos, estória de uma Europa quase esquecida, de Norman Davies, edições 70.
https://www.almedina.net/product_info.php?products_id=32093