sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Uma das razões para a queda do Império Romano do Ocidente Perda de Cartago



A INVASÃO DOS BÁRBAROS:

A incursão de povos bárbaros pelo interior do Império Romano do Ocidente não chegava a ser uma novidade. 

O Império Romano do Ocidente lidava com as incursões dos povos bárbaros criando políticas para absorvê-los. 

Essa absorção podia ser feita de várias formas. O exército romano atuava para absorvê-los. Havia ainda políticas de assentamento, como por exemplo o caso dos visigodos, que foram assentados na região de Toulouse, na atual França. Os Borgonheses foram assentados nas proximidades de Genebra, na atual Suíça.

O que importa dizer é que algo aconteceu no século V que esgotou a capacidade do Império Romano do Ocidente em lidar com essas incursões bárbaras, resultando na sua desintegração política.

A PERDA DA PROVÍNCIA NA ÁFRICA DO NORTE:

A hipótese levantada por este livro para explicar esse esgotamento está na perda de Cartago, onde hoje se localiza a Tunísia. Cartago era a fonte de cereais e de azeite do Império Romano do Ocidente. 

Cartago caiu no ano 439 para os vândalos. 

"O problema eram os vândalos, cuja confederação havia entrado no império a partir do norte, atravessando o Reno em 407, deslocando-se através da Gália para Espanha, na década seguinte. Embora estivessem parcialmente esmagados em 417, não estavam dominados e invadiram o norte da África, em 429, sob a liderança de Genserico (✝477), o seu novo rei. O seu assentamento em 435 não foi de maneira alguma acompanhado de uma derrota militar e o seu novo território, não muito fértil em si mesmo, situava-se nos limites das principais fontes de cereais e de azeite do império ocidental - as terras ricas em redor da cidade romana de Cartago, na atual Tunísia. Por que razão não quereriam eles controlar este território e por que motivo não o compreenderiam os romanos e não defenderiam melhor Cartago? Mas Aécio (✝454), o supremo chefe militar e político no Ocidente à época, não o fez e Cartago, por conseguinte, caiu em 439. Esta opção - um erro - constituiu um dos pontos de viragem mais importantes na capacidade dos romanos controlarem os tempos da mudança política no Ocidente." (página 57/58)

"Sem a riqueza da África, o Império Romano do Ocidente começou a esgotar os recursos tributários. Sem receitas tributárias, era mais difícil pagar exércitos regulares, cada vez mais necessários na situação política complexa naquele período. Sem exército regular, era cada vez mais necessário utilizar exércitos de bárbaros, como aliados, mas era também cada vez mais difícil controlá-los." (página 58) 

ANOTAÇÕES EXTRAÍDAS DA LEITURA DO LIVRO "EUROPA MEDIEVAL", DE CHRIS WICKHAM, EDITORA EDIÇÕES 70

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