CARACTERÍSTICA GERAL DA IDADE MÉDIA NOS SÉCULOS XI E XII:
"Os poderes políticos tornaram-se mais locais e mais cuidadosamente delimitados." (página 187)
Os poderes políticos (de maior escala) centralizados no Império Romano do Ocidente e do Império Carolíngio deram lugar, nos séculos XI e XII, a uma estrutura celular de poder, representada por senhores locais (entidades políticas baseadas nos senhorios, de escala mais reduzida e personalizada).
Além de ser uma entidade política mais reduzida, ela dependia de relações pessoais. Eras as relações pessoais entre seu senhor e seu vassalo.
"Estamos, pois, perante uma estrutura política dependente de relações pessoais." (página 160)
Nessa época, só havia dois estados europeus com sistemas políticos de maior escala: O Império Bizantino, no sudeste europeu e, no sudoeste europeu, o estado Al Andalus.
Havia ainda a Inglaterra e o Reino de Castela, nos quais o rei sempre conseguiu manter em suas mãos uma quantidade considerável de poder. Na Inglaterra, por exemplo, os senhores locais, em seus castelos, não tinham poder suficiente que os habilitasse a prescindir do poder real, pois ele era de tal ordem que, brigar com ele seria uma opção perdedora. Assim, o estado inglês organizava-se em torno de seu rei.
DESAGREGAÇÃO DOS PODERES POLÍTICOS NOS SÉCULOS XI E XII:
A desagregação do poder político foi um efeito, cuja causa residia nas políticas fundiárias num mundo no qual o Estado não era separadamente sustentado por uma política tributária.
FRANÇA, EXEMPLO DE DESAGREGAÇÃO DO PODER POLÍTICO:
Na França dos séculos XI e XII o poder era descentralizado. O rei francês dominava um território que abrangia Paris, estendendo-se então 120 km até Orleães, no rio Loire. O resto do território era dividido entre vários senhores (duques, condes).
Nos séculos XI e XII o rei francês não era visto como a figura de mais destaque em seu próprio reino.
O RETORNO DA CONCENTRAÇÃO DO PODER NAS MÃOS DO MONARCA:
A descentralização do poder visto nos séculos XI e XII seria revertida nos séculos seguintes, com uma reconstrução de reinos poderosos.
"Porém, quando este poder foi reconstruído por esses governantes, e outros, baseou-se nesta estrutura celular de poderes de fato e não - ou em apenas pequena escala - nas práticas e ideologias reais do passado. O mundo público que os Carolíngios e Otonianos herdaram do Império Romano tinha desaparecido por quase toda a Europa e foi necessário reconstruí-lo em outros moldes." (página 183)
Governantes mencionados acima:
Filipe II da França (1200-1210 século XIII)
Rogério II da Sicília ( 1120 1140)
Henrique II da Inglaterra
Frederico Barba Ruiva na Alemanha, com menos sucesso
ANOTAÇÕES EXTRAÍDAS DA LEITURA DO LIVRO "EUROPA MEDIEVAL", DE Chris Wickham, Editora Edições 70
https://www.almedina.com.br/produto/europa-medieval-8094
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